Mil milhões de euros para comprar casa, 631 milhões em crédito ao consumo. Este são os valores mais relevantes nos novos empréstimos feitos só em junho deste ano, conta o Público na sua edição desta sexta-feira. Os números refletem uma subida acentuada no dinheiro concedido a particulares, precisamente no mês anterior à aplicação de regras mais apertadas pelo Banco de Portugal no sentido de travar e evitar o endividamento excessivo das famílias.

No campo dos novos empréstimos, o crédito à habitação foi o mais dinâmico tendo mesmo registado o nível mais alto dos últimos oito anos, depois de uma queda de 5,6% em maio. No entanto, quando se avalia o primeiro semestre do ano, o ritmo é sempre de crescimento: 16% face ao mesmo período de 2017, confirmando uma tendência que já vinha do ano anterior.

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São precisamente estes níveis de crédito e o risco de endividamento excessivo das famílias — que fazem despertar os cenários da pré-crise de 2008 — que levaram o regulador a decidir novas regras e um controlo mais rigoroso à concessão de empréstimos. Só entre janeiro e junho, o crédito para compra de casa e bens de consumo totalizou perto de 8,5 mil milhões de euros, o que dá uma média de 47 milhões de euros por dia. Em 2017  rondava os 38,6 milhões por dia.

De acordo com o inquérito feito pelo Banco de Portugal, em julho, os cinco maiores bancos no mercado português justificam este aumento da concessão de crédito “a menor restritividade [ou maior flexibilidade] dos critérios de concessão de empréstimos às famílias para aquisição de habitação”. Para o terceiro trimestre deste ano, mesmo com os critérios mais restritivos em vigor desde 1 de julho, os bancos estimam números positivos nos três segmentos do crédito: empresas, habitação e consumo.

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