O ministro da Cultura afirmou este sábado, em Viana do Castelo, que o Traje à Vianesa “tem todas as condições” para integrar a lista indicativa de Portugal a Património Mundial.
“O traje vianense está muito, muito bem encaminhado. Tem todas as condições para entrar na lista indicativa, que é o primeiro passo para se poder candidatar a património da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura]”, afirmou o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, que participou no cortejo da Romaria d’ Agonia.
A certificação no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais do Traje à Vianesa, com origem no século XIX, foi publicada em Diário da República no final de 2016.
O traje assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, foi utilizado até há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.
Questionado pelos jornalistas, no final do cortejo das festas de Nossa Senhora da Agonia, que durante cerca de três horas percorreu as principais artérias da cidade, o governante explicou que a lista indicativa é feita pela Direção-Geral do Património Cultural e, depois, avaliada pelo Conselho Nacional de Cultura.
“Depois de ser inscrita na lista indicativa, entra para a Comissão Nacional da UNESCO, que está no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros e começa o seu caminho no sentido de consolidar uma candidatura”, referiu, avisando, por já ter sido embaixador na UNESCO, que “mesmo que se tenha um bem muito valioso é preciso trabalhar muito bem a candidatura”.
“O traje de Viana está nas nossas prioridades, mas há análises a serem feitas por peritos independentes e especialistas. Penso que é um projeto que está no bom caminho”, destacou.
Luís Filipe Castro Mendes referiu que neste processo o “Ministério da Cultura faz apenas a integração do bem na lista indicativa, reconhecendo que o bem tem interesse e merece ser classificado”.
“A partir daí é um processo internacional. É apresentar a candidatura junto da UNESCO e ganhá-la”, reforçou.