Os homens da Aston Martin sabem muito bem o que fazem. Conhecem os seus clientes e as suas preferências e continuam a apostar em desportivos de luxo, mas com cada vez mais potência, exclusividade e um comportamento capaz de emocionar mesmo os condutores mais exigentes. E nada de downgrading para poupar dinheiro, montando motores mais pequenos e com menos cilindros, estratégia que, em matéria de indústria automóvel, corresponde muitas vezes a um autêntico harakiri.

Talvez por isto, a marca britânica continua a apontar ao topo. Depois de já ter no mercado o novo DB11, um coupé de quatro lugares – na realidade de 2+2, pois os traseiros…  – com a nova linguagem estilística da casa e o motor V12 de 608 cv já como alternativa mais potente ao V8 de 510 cv, lançou agora o DBS Superleggera, com 725 cv.

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O motor do Superleggera é o mesmo V12 com 5,2 litros alimentado por dois turbocompressores, uma por cada bancada de cilindros. Mas uma maior pressão de sobrealimentação, entre outros pormenores, elevaram a potência em 117 cv e a força em 200 Nm.

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Mas o desportivo britânico não recorre por acaso ao termo italiano Superleggera. Fê-lo para reforçar a mensagem que, além de mais potente, o DBS é mais ligeiro, anunciando apenas 1.693 kg (a seco e sem condutor), ou seja, menos 72 kg do que o DB11 V12 de 608 cv. A redução do peso permitiu ainda à marca, que já monta o motor V12 em posição central dianteira, colocar o peso de forma ideal sobre os dois eixos, com 51% a incidir sobre o anterior e 49% sobre o posterior.

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De salientar que esta cura de emagrecimento não foi conseguida à custa de cortes, nem no equipamento – que inclui tudo o que possa imaginar – e muito menos nos acabamentos, pois todo o habitáculo está revestido a pele. Nem nos pormenores que fazem a diferença num desportivo houve economia, uma vez que o DBS Superleggera conta com uma asa traseira móvel que, à velocidade máxima, consegue produzir uma força de 180 kg, o que segundo o fabricante é o maior valor em carros de produção em série.

No capítulo da capacidade de emocionar o condutor, os dados falam por si. A velocidade máxima está fixada em 340 km/h, com o modelo a necessitar de somente 3,4 segundos para atingir 100 km/h. Estes valores permitem à Aston Martin enfrentar a Bentley, que já revelou o seu Continental GT da nova geração, com o 6.0 W12 a fornecer 635 cv, a que se seguirão versões ainda mais potentes. Mas com o DBS Superleggera a Aston Martin até pode visar alguns clientes da Ferrari, pois o novo desportivo aproxima-se bastante de criações da casa transalpina. Não do 812 Superfast, com 800 cv (340 km/h e 2,9 seg. de 0-100 km/h), pois é um coupé menos versátil de apenas dois lugares, contra os quatro do modelo inglês, mas sim contra o GTC4 Lusso, também com espaço para quatro (2+2), com os 690 cv do 6.3 V12 a serem domesticados por um sistema 4×4. E qualquer modelo suficientemente digno de desafiar um Ferrari merece a bênção de quem gosta de desportivos, o que prova que a Aston Martin está no bom caminho.