O antigo advogado e conselheiro do presidente norte-americano está a ser investigado por alegada fraude fiscal e bancária, na ordem dos 20 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros) envolvendo empréstimos para um negócio de táxis controlado em parceria com a sua família. A investigação incide também sobre suspeitas de que Michael Cohen tenha violado as regras de financiamento da campanha partidária, ao facilitar acordos financeiros que garantissem o silêncio de mulheres que tenham tido algum tipo de relação com Donald Trump.
A notícia do New York Times avança ainda que a investigação está na fase final e que os procuradores de Manhattan estão a ponderar avançar com uma acusação formal contra Michael Cohen até ao final de agosto. Embora as suspeitas incidam sobre o homem que foi o braço-direito do presidente dos EUA, e que trabalhou durante mais de dez anos na organização do milionário, este processo pode ferir gravemente a reputação de Donald Trump.
Ainda de acordo com a mesma notícia, os empréstimos em causa para a empresa de táxis amarelos de Nova Iorque têm origem em dois bancos nova-iorquinos (Sterling National Bank e Melrose Credit Union): os investigadores estão a avaliar se Cohen terá declarado valores falsos para obter o montante de 20 milhões em crédito. Além disso, os ganhos obtidos pela família na gestão desse negócio também não terão sido totalmente declarados ao fisco. Estes são dois dos focos dos investigadores.
No caso da campanha, as suspeitas incidem sobre o papel que Michael Cohen terá desempenhado na obtenção de dinheiro para pagar a duas mulheres que terão ameaçado revelar detalhes sobre as suas relações com Trump antes das eleições em 2016. A confirmar-se esse dinheiro, que seria usado para pagar o silêncio das mulheres, está em causa uma violação da lei de financiamento de campanha eleitoral.
O jornal avança que, nesta fase do processo, não é possível saber qual será a reação de Michael Cohen a uma (provável) acusação. Mas há fortes possibilidades de que o antigo conselheiro de Trump se assuma culpado para evitar um julgamento. Fontes do jornal contam que o advogado estará disposto a depor e a revelar o que sabe sobre este dossier em troca de um perdão.
Recorde-se que as primeiras suspeitas de fraude que abriram a investigação foram reveladas pelo Wall Street Journal no início do mês de Agosto.
