A Europa registou no primeiro semestre deste ano 41 mil casos de sarampo. Os primeiros seis meses do ano tiveram mais casos do que qualquer ano completo da última década, alertou esta segunda-feira a unidade europeia da Organização Mundial de Saúde.

O recorde anual tinha sido registado no ano passado, quando foram contabilizados 23.927 casos, avança a Organização Mundial de Saúde (OMS) num relatório que inclui 53 países da região europeia (os 28 da União Europeia, a Rússia e a Europa de Leste), com uma população aproximada de 900 milhões de habitantes.

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O total anual mais baixo, adianta, foi registado em 2016, quando os casos de sarampo contabilizados se ficaram pelos 5.273. Entre janeiro e junho deste ano, sete países registaram mais de 1.000 infetados: França, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia, Geórgia e Ucrânia. Só a Ucrânia tem mais de metade dos casos: mais de 23 mil casos.

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Os sete países com mais casos de sarampo também reportaram mortes relacionadas com a doença. A Sérvia é o país com mais mortes — 14 — do total de 37 na região. A diretora da região europeia da OMS, Zsuzsanna Jakab, considerou o aumento de casos “dramático” e apelou a todos os países da zona europeia para que apliquem, de imediato, “medidas apropriadas ao contexto para evitar que a doença se propague ainda mais”.

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“A saúde de todos começa com a imunização”, lembrou. A OMS sublinhou que o vírus do sarampo é “extremamente contagioso” e é transmitido com rapidez entre pessoas suscetíveis, sublinhando que, para prevenir surtos, é necessário, pelo menos, uma cobertura de imunização de 95%, com duas doses de vacina a cada ano, em cada comunidade.

Além disso, refere, é essencial conseguir chegar e vacinar crianças, adolescentes e adultos que não foram vacinados de forma sistemática no passado. Embora a cobertura da vacina tenha passado, no último ano, de 88% para 90% das crianças em idade de vacinação, continuam a existir grandes diferenças a nível local, alerta a OMS, que refere existirem comunidades com 95% de cobertura e outras que ficam abaixo dos 70%.

De acordo com os últimos números da Comissão Regional Europeia para a verificação da eliminação do sarampo e da rubéola, 43 dos 53 países membros já interromperam a transmissão endémica do sarampo. Portugal registou este ano, um surto de sarampo na região Norte, tendo sido confirmados 112 casos entre fevereiro e abril, 103 dos quais com ligação ao hospital de Santo António, no Porto. Todos os casos foram curados.

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A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aos portugueses que verifiquem o seu boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário, e para ligarem para o número 808 24 24 24 se estiveram em contacto com um caso suspeito de sarampo ou tiverem dúvidas.

Segundo a DGS, em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso. Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença. A vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.