Foram 14 remates, oito enquadrados com a baliza e apenas um golo. À meia hora, Pizzi já tinha feito quatro: à boca da baliza, falhou escandalosamente o alvo e atirou ao lado após cruzamento de Cervi; à entrada da área, tentou o chapéu a Paschalakis e levou a bola a raspar a barra; num penálti em movimento, recebeu de Zivkovic e atirou para as mãos do guardião grego; por fim, desviou uma bola de André Almeida, de cabeça, ao lado da baliza.

Ao quinto tiro, viria o único golo, de grande penalidade, já em cima do intervalo. Pizzi assinaria o seu quinto golo em cinco jogos pelo Benfica na presente temporada, seguindo as pegadas de Jonas, Nolito e de Nené, o último português a fazer cinco em cinco, na época de 1979/80.

A apenas um tiro certeiro dos seis conseguidos na temporada passada (em 45 jogos!), Pizzi reclama para si 63% dos golos encarnados até ao momento, com a mão cheia de golos em oito tentos apontados pelo Benfica. E o registo do médio português que se tem assumido como o principal goleador do conjunto de Rui Vitória na ausência de Jonas poderia ter sido a cereja no topo do bolo de uma vitória que esteve quase a acontecer, não fosse a lição de eficácia dada pelo PAOK: um tiro enquadrado, um golo e o adiar da eliminatória para a segunda mão em Salónica, após o empate a um na Luz.

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Ficha de jogo

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Benfica-PAOK, 1-1

1.ª mão do playoff da Liga dos Campeões

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)

Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Jardel, Rúben Dias, Grimaldo; Fejsa, Gedson Fernandes, Pizzi (Seferovic, 79′); Zivkovic (Rafa, 65′), Cervi (João Félix, 79′) e Ferreyra

Suplentes não utilizados: Svilar, Conti, Alfa Semedo e Samaris

Treinador: Rui Vitória

PAOK: Paschalakis; Leo Matos, Varela, Crespo e Vieirinha; Mauricio e Cañas; Limnios (Warda, 52′), Pelkas, Léo Jabá (Shakhov, 81′); Prijovic (Akpom, 88′)

Suplentes não utilizados: Rey, Biseswar, Khacheridi e Kitsiou

Treinador: Razvan Lucescu

Golos: Pizzi (45+1′) e Warda (78′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gedson (52′), Vieirinha (71′), André Almeida (83′), Pelkas (84′) e Warda (88′)

O PAOK entrou na Luz decidido a colocar o Benfica em sentido e desde cedo pressionou em zonas adiantadas do terreno. Os encarnados revelavam dificuldades na progressão com bola e no passe de pé para pé.

Se pelo chão não dava, Pizzi descobriu uma via aérea certeira para Gedson, mas não contava com o intruso Ferreyra: o médio português lançou a bola longa para as costas da defesa grega, onde apareceu Gedson na cara de Alex Paschalakis a recolher o esférico. O jovem até repetiu a façanha conseguida contra o Fenerbahçe e fez abanar as redes, mas antes, Ferreyra tentou receber a bola, tocou-lhe e colocou Gedson em posição irregular.

Estava dado o primeiro aviso dos encarnados, antes de Pelkas, ex-V. Setúbal, conduzir a resposta grega que terminou com remates de Prijovic, o sérvio que foi melhor marcador do campeonato grego da temporada passada, e Cañas, a ameaçar Vlachodimos.

Se até aos 20 minutos, só o PAOK rematava (foram quatro os tiros gregos), daí para a frente… só Pizzi rematou. O português começou por desaproveitar um cruzamento que levava selo de golo de Cervi, falhando o alvo à boca da baliza; seguiu-se uma tentativa de chapéu em zona central que ainda raspou na barra, antes de receber de Zivkovic no interior da área para permitir a defesa ao guarda-redes grego. Já em cima da meia hora, Pizzi desviou um cruzamento de André Almeida mas com a direção errada.

Os médios do Benfica confirmavam a veia ofensiva e, já depois de Gedson obrigar Alex Paschalakis a defesa apertada, o jovem produto da formação encarnada foi derrubado no interior da grande área por Maurício, no último lance da primeira parte. Chamado a bater a grande penalidade, Pizzi foi finalmente feliz e, ao quinto tiro, acertou no melro: guarda-redes para um lado, bola para o outro e Benfica em vantagem (justificada) ao intervalo.

O golo ao cair do pano permitiu ao Benfica entrar mais confortável no segundo tempo e por pouco não ampliou a vantagem, não fosse Alex Paschalakis assinar duas grandes defesas a remates de Ferreyra e Grimaldo. Só a equipa da casa atacava e o 2-0 parecia mais perto do que o empate dos gregos.

O Benfica geria a posse da bola e o rumo do encontro, controlando as investidas gregas. A primeira metade da etapa complementar passou rápido, com os encarnados a procurarem o golo da vantagem, mas, a partir dos 70′, o PAOK reagiu e obrigou a formação de Rui Vitória a pensar no resultado e a recuar no terreno.

Com as linhas mais baixas, o Benfica começava a entregar o esférico ao adversário, mas nem por isso passava por calafrios e Vlachodimos chegava a 20 minutos do final sem qualquer intervenção realizada. 

Os sinais estavam lá, Rui Vitória olhava para o banco à procura de soluções que colocassem a equipa encarnada novamente por cima do jogo, mas o PAOK foi mais rápido e feriu a águia à primeira hipótese: Warda aproveitou uma bola devolvida pela barra após cabeceamento de Varela para assinar o único tiro dos gregos na direção da baliza, que só terminaria no fundo das redes.

O golo gelou o Estádio da Luz, mas Rui Vitória reagiu: entraram Seferovic e João Félix e foi dos pés do menino que saiu um grande passe para aquela que foi a melhor oportunidade dos encarnados viajarem até Salónica com a vantagem no bolso, mas Ferreyra permitiu a defesa de Paschalakis.

No último lance do encontro, João Félix não quis deixar o crédito em mãos alheias e tentou a sua sorte, mas viu a bola passar ao lado do alvo e o marcador não mais se mexeu.

O PAOK, com um remate enquadrado e um golo, acabou por dar uma lição de eficácia ao Benfica, que controlou grande parte do encontro, teve mais bola, mais remates, atirou oito vezes na direção da baliza e, estatisticamente, só perdeu para os gregos nas faltas cometidas. Os encarnados estão assim obrigados a marcar na Grécia para seguirem em frente e tentarão aproveitar a lição aprendida em casa para serem mais eficazes fora de portas.