O mais recente foco da epidemia de febre hemorrágica ébola fez 55 mortos no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o Governo decretou a gratuitidade dos cuidados de saúde durante três meses, anunciaram esta segunda-feira as autoridades. Cinco novos casos foram registados em Mabalako-Mangina, perto de Béni, o epicentro da epidemia que está a afetar a província do Kivu-Norte, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado esta segunda-feira à noite.

“No total, 96 casos de febre hemorrágica foram identificados na região, 69 dos quais confirmados e 27 prováveis”, precisou a Direção-Geral de Luta contra a Doença. “O Ministério da Saúde decretou a gratuitidade dos cuidados de saúde nas três zonas sanitárias mais atingidas pela epidemia, a saber Mabalako, Oicha e Béni”, lê-se no seu boletim diário sobre o acompanhamento da epidemia.

Segundo o médico responsável pela coordenação da resposta à doença, Bathé Ndjoloko Tambwe, “trata-se de quebrar a barreira financeira que poderia impedir a população de se deslocar ao centro de saúde”. O rendimento médio dos cerca de 80 milhões de congoleses é estimado em 1,25 dólares (um euro) por dia. A Direção-Geral de Luta contra a Doença tinha revisto em baixa o número de “contactos” com o vírus acompanhados pelos médicos, de 2.157 para 1.609, após investigações dos epidemiologistas.

O novo foco de epidemia foi declarado a 01 de agosto em Mangina, na província do Kivu-Norte. Uma vacinação específica está a ser utilizada, tal como na última epidemia que atingiu a província do Equador, no noroeste do país, e cujo fim foi anunciado a 24 de julho (33 mortos num total de 54 casos). “Desde o início da vacinação, a 08 de agosto de 2018, foram inoculadas 1.273 pessoas”, precisou esta segunda-feira o Ministério da Saúde.

As equipas médicas “começaram a utilizar a molécula terapêutica Mab114 no âmbito do tratamento dos doentes” em Béni e em Mangina, epicentro da epidemia, segundo o Ministério. A RDCongo (ex-Zaire) foi palco de dez epidemias de ébola desde 1976, mas esta é a primeira vez que o vírus ataca numa zona de conflito armado, densamente povoada e com grandes movimentos de população.

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