A dirigente comunista Fernanda Mateus voltou a defender esta terça-feira um terceiro aumento mínimo consecutivo de dez euros, em janeiro de 2019, para reformados e pensionistas, sublinhando as diferenças da proposta face ao descongelamento defendido por BE e Governo.

“É preciso recordar que, quer o Governo PS, quer o Bloco [de Esquerda], pretendiam nesta legislatura o mero descongelamento do mecanismo legal de atualização anual [das reformas e pensões]. Nós sempre dissemos que esse descongelamento não permitiria a necessária recuperação do poder de compra dos reformados”, disse, em declarações à agência Lusa.

A membro da comissão política do Comité Central comunista afirmou que, “nestes anos, independentemente dos pontos de partida em que o Governo minoritário do PS se colocou, aquilo que foi decisivo sempre foi o sentido de justiça e de necessidade que o PCP teve na apresentação de propostas concretas e de aumentos que correspondem a compromissos” do partido, “mas também a justas expectativas de reformados e pensionistas, conjugadas pela sua luta e das suas organizações”. “Esta é uma proposta que temos vindo a apresentar sistematicamente desde 2016 porque consubstancia um compromisso para com a justa e necessária reposição de rendimentos perdidos nos últimos anos por reformados e pensionistas”, reforçou.

Fernanda Mateus lembrou que “mais de dois milhões de reformados beneficiaram de mais seis ou dez euros no valor mensal em agosto de 2017”, com o “aumento geral, em janeiro [de 2018], que abrangeu 3,6 milhões de pessoas, e, agora, com o aumento extraordinário, em agosto, cerca de 1,2 milhões de reformados e pensionistas têm um aumento acumulado superior a 20 euros”. “Houve avanços registados, designadamente com os aumentos que tiveram lugar em agosto de 2017 e, agora, em agosto de 2018, que, não correspondendo à proposta do PCP, só foram possíveis porque o PCP teve uma postura de determinação e persistência”, insistiu, prometendo que os comunistas vão “manter para 2019 a mesma determinação” pela “reposição do poder de compra dos reformados e pensionistas e seu direito a uma vida melhor”.

No início do mês, o PCP já tinha anunciado que “procurará dar continuidade em 2019” aos aumentos extraordinários nas pensões verificados em 2017 e 2018, referindo-se às negociações com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019). Na altura, o dirigente comunista Jorge Cordeiro recordou, a propósito, que o descongelamento do mecanismo de atualização das reformas e pensões significou, a partir de janeiro de 2016, um aumento de 0,4% para retribuições até 628,83 euros, mantendo-se todas as restantes congeladas por mais um ano.

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