A ativista social moçambicana Graça Machel considera um passo com um peso “extraordinário” o acordo entre o Governo e a Renamo, para o desarmamento do principal partido da oposição, assinalando que as lideranças políticas do país precisam do apoio de todos.

O acordo sobre a desmilitarização da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) “é um passo extraordinariamente importante, com um significado extraordinário”, declarou Graça Machel, citada hoje pelo jornal Notícias, o principal diário moçambicano. O entendimento entre Filipe Nyusi e o líder interino da Renamo, Ossufo Momade, corresponde aos anseios e compromisso do país de alcançar uma paz duradoura, acrescentou.

Depois de muitos anos, temos a aceitação de que não só somos irmãos, como temos um Estado único”, acrescentou Graça Machel.

No dia 6 deste mês, o Presidente moçambicano anunciou a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo e a Renamo, sobre a desmilitarização e a integração das forças do principal partido da oposição no exército e na polícia. O chefe de Estado moçambicano não avançou detalhes sobre o conteúdo do documento, mas afirmou que se trata de um instrumento “determinante” nas negociações de paz com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que morreu em 3 de maio devido a complicações de saúde.

Além do desarmamento e da integração dos homens do braço armado do maior partido da oposição nas Forças Armadas, a agenda negocial entre as duas partes envolvia a descentralização do poder, ponto que já foi ultrapassado com a revisão da Constituição, em julho.

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