Um padre católico foi agredido numa igreja onde rezava em Merrillville, no estado norte-americano do Indiana, e as autoridades estão a investigar a possibilidade de se ter tratado de um crime de ódio. Isto porque o suspeito terá gritado “isto é por todos os miúdos pequenos!” — o que levou a polícia a crer que se podia tratar de uma vingança indiscriminada contra um padre devido à recente divulgação de centenas de casos de pedofilia por parte de padres católicos na Pensilvânia.

300 padres associados a mais de 1000 casos de abuso sexual de menores nos EUA

O padre Basil John Hutsko estava a rezar na sacristia da igreja católica bizantina de Saint Michael quando o atacante “o agarrou pelo pescoço, atirou-o ao chão e começou a bater com a cabeça dele no chão”, resumiu o chefe da polícia local, Joseph Petruch, citado pela CNN. O padre Hutsko ficou ferido e inconsciente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os investigadores creem que a frase “isto é por todos os miúdos pequenos!” pode significar que o ataque foi aleatório e que Hutsko foi atacado apenas por ser padre. “Tenho o suficiente para dizer que é um crime de ódio”, declarou Petruch. Por essa razão, o FBI foi chamado a colaborar com a investigação.

Questionado pelos jornalistas sobre o passado do padre em questão, o agente esclareceu que está a ser investigado para perceber se há suspeitas de abuso sexual de menores, segundo explica o ramo local da CBS. O padre Thomas Loya, seu colega, não acredita que seja esse o caso.

Ele é um padre muito dedicado e trabalhador, isto é só um ato aleatório contra um padre inocente”, declarou.

Este ataque acontece dias depois de a procuradoria da Pensilvânia ter divulgado um relatório onde mais de 300 padres são acusados de terem abusado sexualmente de menores, com o encobrimento de vários bispos, ao longo de décadas. O Papa Francisco reagiu à notícia apelando aos católicos para que erradiquem esta “cultura da morte” e reconhecendo que a Igreja “abandonou os pequenos”.

“Abandonámos os pequenos.” Papa Francisco escreve carta inédita sobre abusos sexuais na Igreja Católica

“As histórias são muito feias, temos de o reconhecer, e muito pouco características da Igreja, por isso percebo que algumas pessoas estejam zangadas”, reconheceu o padre Loya, colega do padre agredido. “Mas, ao mesmo tempo, fazerem isto a um padre inocente não vai resolver nada”, alertou.