Os sistemas de transporte público e privado da Venezuela começaram a cobrar as novas tarifas fixadas pelo Governo, com aumentos de 1.000.000%, na nova moeda, seguindo o plano de “recuperação de prosperidade económica”.

A vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, explicou que as novas tarifas são “transitórias”, até setembro, quando vai avançar o plano de subsídio direto de combustível das unidades de transporte, segundo informação divulgada pela Agência Venezuelana de Notícias, estatal.

O ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, explicou hoje que os serviços do Metro de Caracas e as unidades de transporte terrestre que o Governo definiu para cobrir as ligações na capital venezuelana e áreas vizinhas terão um custo de 0,5 bolívares soberanos, menos de um cêntimo de dólar.

Este aumento representa um acréscimo superior a 1.000.000% já que o valor do bilhete nestes meios de transporte custava quatro bolívares e passou a 50.000, o que agora vale 0,5 bolívares soberanos.

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Na segunda-feira, entrou em vigor uma reconversão que tirou cinco zeros à moeda nacional da Venezuela.

“A tarifa vai estar em vigor até que se inicie o processo de subsídio à gasolina”, garantiu o ministro, sem explicar se está excluído o metro e as unidades que fazem parte do sistema, há meses a trabalhar gratuitamente já que os preços dos bilhetes não representavam qualquer rentabilidade, atendendo à hiperinflação.

A agência Efe constatou que, pelo menos, o Metro de Caracas continuava a permitir a entrada gratuita dos utentes.

Acrescenta que, nas avenidas que ligam o centro ao este de Caracas, não se viam hoje veículos de transporte, situação recorrente desde há um ano, devido à redução da frota e à escassez e alto custo das peças para as viaturas.

Na semana passada, o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, anunciou o aumento do preço da gasolina, a mais barata do mundo, e somente algumas pessoas que tenham o chamado ‘cartão da pátria’ e se tenham inscrito num ‘censo automóvel’ poderão beneficiar de um subsídio que evitará o pagamento do combustível a “preços internacionais”.

As medidas vão entrar em vigor num cenário de hiperinflação que, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), termina o ano com 1.000.000%, um fator que torna impossível o êxito da reconversão monetária, na análise do parlamento, onde a oposição tem a maioria.