Depois da estreia na Serie A, o primeiro encontro de Cristiano Ronaldo no Allianz Stadium. Mais uma semana entre jogos, mais uma semana onde o avançado português voltou a ser de forma inevitável os destaques de todas as publicações.

Christian Vieri, antigo internacional italiano que passou por Juventus e Lazio (além de Atl. Madrid, Inter, AC Milan ou Mónaco), deixou os primeiros elogios numa entrevista ao DAZN, plataforma de streaming onde Ronaldo tinha dito que espera que o seu filho seja como ele. “O Ronaldo Fenómeno no Inter foi devastador. Foi um louco e fazia golos todos os domingos. Cristiano é igual. Marcou mais de 600 golos, faz 50 por ano, marca com o pé esquerdo e com o direito. É uma máquina de fazer golos. Chegou a Itália com 33 anos e dizem que é velho e que não fará o mesmo número de golos que nas temporadas passadas mas isso é porque todos ficaram com raiva, pois a Juventus comprou-o e ficou com o número um”, destacou.

Seguiu-se outro italiano, Giovanni Mauri, preparador físico do português quando passou pelo Real Madrid durante dois anos com o também transalpino Carlo Ancelotti. “Ele está sempre muito atento aos sinais que o seu corpo dá e decifra-os muito bem, é um atleta que se conhece perfeitamente. É um pouco preparador físico de si próprio. Uma vez disse-me: ‘Prof, água em demasia mata as plantas’. Ele considerava as cargas de treino excessivas para o seu corpo naquela altura, é muito bom quando um atleta conhece o seu corpo desta forma. O Cristiano Ronaldo é o mais forte, o mais poderoso dos sete Bolas de Ouro com quem trabalhei. Tem uma super aceleração, vai dos 0 aos 34 km/h em poucos segundos. É um fenómeno e um atleta de altíssimo nível. Quando se treina como ele, há três aspetos importantes: dedicação, competitividade e bom humor. Devíamos levar os mais jovens a ver os seus treinos, ele faz tudo com um sorriso nos lábios e não de forma relutante”, salientou ao Tuttosport.

Ronaldo voltou este sábado ao estádio onde fez o melhor golo da carreira, de pontapé de bicicleta (MARCO BERTORELLO/AFP/Getty Images)

Por fim Massimiliano Allegri, o seu atual treinador na Juventus. “Haverá uma melhor ligação entre os médios e os avançados, o que sem dúvida vai beneficiar o Cristiano. Ele está pronto para jogar mas é importante percebermos que os avançados são os nossos jogadores que maior carga de treino têm na pré-época, por isso há que gerir esta situação com muitas cautelas. “Está sempre à procura de mais, é altamente competitivo em tudo o que faz. Todo o sucesso vem de muito trabalho e sacrifício. É um modelo para muitos outros jogadores e certamente traz qualidade à nossa equipa”, referiu em conferência.

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Não era necessário fazer um grande esforço para se perceber quem seria o principal destaque da Vecchia Signora frente à Lazio, que tinha começado o Campeonato com uma derrota em casa frente ao Nápoles. Até porque este era também o regresso de CR7 ao palco onde apontou o melhor golo da carreira, aquele pontapé de bicicleta quando jogava no Real Madrid na última época que colocou os próprios adeptos adversários de pé a aplaudir. Mas havia outro retorno, neste caso mais “dividido”.

Bonucci, central que na última temporada tinha representado o AC Milan e que voltou agora à Juve num negócio que envolveu também a saída de Higuain, ouviu alguns assobios entre os aplausos para “abafarem” essas manifestações nas primeiras vezes em que tocou na bola. Mas foi sol de pouca dura até porque, face à boa entrada da Lazio em campo, o internacional foi uma das peças mais importantes para ir aguentando o nulo na partida. Já depois de ter atirado uma bola ao poste por Khedira, acabou mesmo por ser a Juventus a chegar ao 1-0 no único remate de verdadeiro perigo à baliza nos 45 minutos iniciais, por sinal um tiro fantástico de Pjanic à entrada da área sem hipóteses para Strakosha (30′).

Allegri alterou as três unidades mais ofensivas ao lado de Ronaldo, trocando Cuadrado, Douglas Costa e Dybala por Bernardeschi (o herói do primeiro encontro em Verona, marcando o 3-2 nos descontos), Matuidi e Mandzukic, mas nem por isso conseguiu ter um melhor rendimento de Ronaldo, que desta vez andou até mais afastado do golo do que tinha acontecido frente ao Chievo no decorrer da primeira parte. Tanto foi que, ao longo de 45 minutos, o português tocou apenas uma vez na bola na área.

No segundo tempo, o capitão da Seleção Nacional foi melhorando e só não fez o primeiro golo na Serie A pela Juventus porque Strakosha fez uma defesa fabulosa para canto a remate de fora da área aos 70′. Foi uma das melhores oportunidades do jogo, mais uma vez negada pela tarde inspirada do guarda-redes da Lazio. E o cúmulo aconteceria mesmo cinco minutos depois, quando João Cancelo teve mais uma grande incursão pela direita, cruzou rasteiro, o albanês conseguiu desviar com a ponta dos dedos, a bola ficou presa nas pernas de Ronaldo quando só tinha de empurrar para a baliza e foi mesmo Mandzukic a fazer o 2-0.

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Acabou por repetir-se a história da primeira jornada: a Vecchia Signora voltou a ganhar pela consistência coletiva, podia ter concluído mais oportunidades mas Cristiano Ronaldo voltou a ficar em branco. E é aqui que recordamos a célebre frase do avançado no Mundial de 2010: “Como me disse alguém, os golos são como o ketchup: quando aparece, aparece tudo de uma vez”. Será na próxima jornada que aparecerá o primeiro frente ao Parma do amigo Bruno Alves?