O exemplo tinha vindo de cima (neste caso literalmente, da tribuna presidencial) e ganhou prolongamento no relvado: depois de Sousa Cintra ter sido recebido pelos dirigentes do Benfica e de Domingos Almeida Lima, vice dos encarnados, entregar uma salva de prata a Artur Torres Pereira, presidente da Comissão de Gestão do Sporting, também os treinadores quiseram dar o exemplo de fair-play e trocaram um sentido cumprimento ainda antes do início do encontro. Depois, começou o jogo. Vieram os nervos. Houve alguns excessos. Apito final, abraços entre todos e um empate no dérbi com análises diferentes.

Sem Bas houve o ‘boost’ de Nani e o ‘salero’ de Salin, mas o menino Félix foi mais feliz (a crónica do Benfica-Sporting)

“Durante a partida fomos melhores e merecíamos ter ganho. Tal como aconteceu na terça-feira, tivemos muitas oportunidades e encostámos o Sporting ao seu reduto. Defrontámos uma boa equipa. Até parece que isto tinha sido ao contrário: aparecemos com uma grande frescura e a vitória era para nós, perante as oportunidades e a exibição do guarda-redes”, começou por referir Rui Vitória, treinador do Benfica, na zona de entrevistas rápidas da BTV.

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“Este ciclo tem sido de uma intensidade enorme e tenho de dar os parabéns aos meus jogadores pela forma como se entregam aos jogos. A exigência tem sido no limite. Gostava de ter menos jogos, a explosão e a intensidade ainda podiam ser mais altas, mas é o que temos. Há que refletir sobre isso. Mesmo assim não se notou nada dessa intensidade, mas tenho a certeza que se tivéssemos mais descanso tínhamos ganho este jogo”, acrescentou a esse propósito, antes de falar de João Félix.

“O menino, nem sei que idade é que ele tem… A qualidade é que importa, senti que podia aportar mais golo na zona central e o João tem capacidade de finalizar de uma forma muito boa. Tentámos aproveitar isso. O critério aqui é a qualidade: o João entrou, marcou e ficámos satisfeitos. Quando um jogador entra e tem este desempenho ficamos contentes”, rematou.

“Acho que o jogo não foi bem conduzido. Há uns dias tivemos uma reunião em que foi dito que quer seja no primeiro ou nos 90 minutos se for preciso dar amarelo, que seja. Ao primeiro lance, havia ali qualquer coisa que não estava a ser bem decidida. Se calhar o Ristovski levava o segundo amarelo aos 30 minutos e as coisas seriam diferentes. Não foi uma arbitragem tranquila, serena e segura. Foi, às páginas tantas, descontrolada. Não houve nenhum lance com influência direta, mas não gostei da forma como foi conduzido. Já lhe disse isso pessoalmente”, acrescentou na conferência sobre Luís Godinho.

Já José Peseiro falou num jogo difícil, contra um adversário difícil e num contexto difícil, mas acabou por aceitar o empate no dérbi. “O resultado não é aquele que queríamos mas é bom dentro do que foi o jogo. Foi mais um passo e agora é descansar para o próximo encontro”, resumiu o técnico do Sporting na flash interview da BTV.

“Foi um jogo muito difícil, frente a uma equipa muito difícil, que já fez seis jogos e que começou a época com maior estabilidade do que nós. Temos de assumir a diferença. Até aos 15 minutos o jogo foi equilibrado, mas depois o Benfica foi mais forte e criou-nos muitas dificuldades. Fizemos o golo, depois eles o empate. Parabéns aos meus jogadores pelo empate. Sofremos muito por várias questões. Queríamos vencer, mas aceitamos o empate perante aquilo que foi o jogo”, completou.