O referendo anticorrupção na Colômbia, realizado este domingo, obteve pouco mais de 11,5 milhões de votos quando estavam escrutinados 99,1% dos votos, tornando-se impossível alcançar os 12,1 milhões fixados como meta para que fosse validado.

Segundo os dados oficiais, o número total de votos era de 11.605.596, ou seja 31,86%, ficando aquém dos 33,3% necessários (um terço do eleitorado). A consulta popular visava um conjunto de medidas destinadas a endurecer as penalizações face à corrupção, nomeadamente de responsáveis políticos.

“É um dia muito importante, onde votámos para expressar a nossa rejeição à corrupção (…) Não é uma causa política ou ideológica, mas o envolvimento de todo o país”, afirmou o presidente de direita, Iván Duque, que votou na praça Bolivar, no centro de Bogotá. O referendo foi lançado durante a anterior legislatura da ex-senadora do Partido Verde (oposição), Claudia Lopez, e aprovado este ano pelo Senado, com três milhões de assinaturas.

Os eleitores foram chamados a pronunciar-se sobre sete medidas que incluíam desde a redução dos salários de altos funcionários e deputados ao fim das penas de prisão domiciliária, passando pelo congelamento dos bens dos condenados. Propunha-se também a limitação do número de mandatos políticos e a obrigação de prestação de contas para os parlamentares, além da proibição de contratos com o Estado para empresas condenadas por corrupção.

A corrupção implicou para a Colômbia perdas de pelo menos 4% do PIB entre 1991 e 2001, ou seja 2,5 mil milhões de euros na moeda atual, segundo um estudo recente da Universidade Externado. No Índice de Perceção da Corrupção, divulgado anualmente pela ONG Transparency International, o país classificou-se em 96º lugar numa lista de 180. Cerca de 2.200 pessoas foram acusadas de corrupção pelo Ministério Público nos últimos 18 meses.

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