Uma cidadã de Hong Kong que pensava estar a participar numa formação de trabalho foi enganada pelo empregador e acabou por se casar com um cidadão chinês que não conhecia. Segundo a BBC, a mulher de 21 anos (que preferiu permanecer anónima) concorreu em maio a um anúncio do Facebook para um trabalho como aprendiz de maquilhadora, onde receberia um salário de cerca de 14 mil dólares de Hong Kong (cerca de 1.500 euros). Depois da candidatura, a mulher foi convencida pelo empregador a ocupar uma vaga de organizadora de casamentos sob o argumento de que, dependendo das comissões, conseguirian um maior rendimento.

Como parte do treino para este trabalho, a jovem tinha de participar numa semana de formação em Hong Kong. Durante a instrução, foi-lhe dito que, para passar no curso, devia participar enquanto noiva na encenação de um casamento na província de Fujian, na China.

O “casamento a fingir” ocorreu num gabinete do governo local da província. Durante a cerimónia, a mulher e o “noivo” assinaram uma certidão de casamento, sendo-lhe garantido pelo empregador que o casamento seria considerado “nulo” posteriormente.

A mulher só compreendeu que a certidão era genuína e que estava efetivamente casada quando regressou à região administrativa especial e uma colega a convenceu que tinha sido enganada. Com a ajuda de uma antiga professora, a mulher conseguiu reunir provas do incidente. Quando revisitou o local, descobriu a certidão de casamento e um segundo documento de um notário de Hong Kong a atestar que era solteira, onde a sua assinatura tinha sido forjada pelo empregador.

A mulher apresentou queixa à polícia, mas as autoridades não puderam fazer nada por não conseguirem apurar provas de que tinha sido cometido um crime. A mulher continua casada.

Apesar de não haver provas, o caso está a ser tratado como um esquema que tinha como objetivo permitir ao marido obter um visto de residência na região administrativa especial. Segundo a polícia de Hong Kong, são registados de cerca de mil casos semelhantes por ano.

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