O desconto de 50% no IRS aos emigrantes que saíram do país entre 2011 e 2015 é uma medida “bem-vinda”, diz a maioria dos líderes das principais associações empresariais portuguesas. O presidente da Confederação Empresarial (CIP), António Saraiva, comentou ao Negócios que “o país tem uma “enorme mão-de-obra qualificada”, por isso, “para gerar condições para atrair os que partiram, todas as medidas são bem-vindas”.

O país tem falta de quadros intermédios e de trabalhadores como engenheiros e operadores de máquinas no sector metalúrgico e metalomecânico, eletricistas ou mecânicos no automóvel. Muitos portugueses com estas qualificações saíram do país no auge da crise económica, pelo que António Saraiva defende que se devem tomar medidas não só para persuadir alguns a voltar mas, também, “havendo capacidade de criar folgas orçamentais deveríamos ir um pouco mais longe para a atração de imigração qualificada”.

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Menos entusiasmada com a medida está a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Para Eduardo Oliveira e Sousa, trata-se de uma medida de “pura campanha eleitoral” e um “paliativo para uma situação crónica”. Mais importante, por exemplo, seria alterar o regime fiscal que se aplica nas colheitas sazonais, em que se paga uma taxa de 25% independentemente do que se ganha.

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