A Rússia disse esta quinta-feira que admite que os Estados Unidos lancem novos ataques com mísseis contra a Síria, advertindo que, nesse caso, prejudicarão todas as medidas tomadas para a solução pacífica do conflito.

“A julgar pelos preparativos das forças armadas norte-americanas na região do Médio Oriente, não se exclui a possibilidade de novos ataques com mísseis contra a Síria”, indicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, numa conferência de imprensa. Adiantou que, se tal acontecer, os Estados Unidos “reverterão todas as medidas para um acordo pacífico na Síria”.

Segundo Zakharova, os Estados Unidos e os seus aliados têm concentrados na zona cerca de 70 aviões, dois navios e mais de 400 mísseis de cruzeiro, aos quais podem juntar-se em 24 horas outros quatro navios de guerra com mais de uma centena de mísseis de cruzeiro. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, já tinha lançado um alerta na quarta-feira quando disse esperar que os países ocidentais não “entravem a operação antiterrorista” em Idleb (noroeste), última região síria fora do controlo das forças governamentais.

Os ‘media’ russos divulgaram que a Rússia reforçou nos últimos dias a sua presença militar ao largo da Síria por temer ataques dos ocidentais contra as forças governamentais após uma “provocação” dos rebeldes. Uma ofensiva do regime sírio contra Idleb, na fronteira com a Turquia, parece iminente e a Rússia acusou no sábado os rebeldes sírios de prepararem um ataque químico na província para poderem depois culpar o regime de Damasco, dando um pretexto aos ocidentais para atacarem as posições do exército sírio na região.

“Espero que os nossos parceiros ocidentais não apoiem provocações, não entravem a operação antiterrorista” em Idleb, declarou Lavrov numa conferência de imprensa com o seu homólogo saudita, Adel al-Jubeir. Lavrov abordará esta quinta-feira a situação na Síria numa reunião em Moscovo com o seu homólogo sírio, Walid al Mualem.

Mais de 350 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início da guerra da Síria em 2011.

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