O governo do Nicarágua ordenou esta sexta-feira a expulsão de uma equipa da ONU dois dias depois de ter publicado um relatório onde criticava a repressão a movimentos da oposição pelo seu presidente, Daniel Ortega.

O relatório publicado pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU na quarta-feira descreve um esforço de repressão por parte do governo. O mesmo relatório insiste que Ortega deve interromper a perseguições contra manifestante e a desarmar os grupos armados civis responsáveis por muitas mortes e detenções no país.

A resposta do governo foi clara, acusando o relatório de ser tendencioso e de não considerar que as ações ocorreram dentro de uma tentativa de golpe de Estado contra o governo de Ortega. A crise político-social que se vive na Nicarágua desde há quatro meses já provocou entre 317 e 448 mortos, consoante os relatos, sendo que o governo apenas confirma 198, os números mais graves desde a década de 1980, igualmente com Ortega no cargo.

Os protestos contra Ortega e sua mulher começaram devido a umas reformas falhadas na Segurança Social, escalando para a exigência de renúncia dos mandatos. Ortega está há 11 anos seguidos no poder, enfrentando diversas acusações de abusos e corrupção.

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