A nova norma para determinar consumos e emissões WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure) é uma tormenta para a generalidade dos fabricantes, mas a Volkswagen, como o maior produtor de automóveis da Europa, tem ainda mais dificuldades em lidar com esta exigência. É assim para uma fábrica de pequena dimensão, como a portuguesa Autoeuropa, em Palmela, tal como é com a gigantesca fábrica de Wolfsburg, na Alemanha.

Ambas as instalações fabris do Grupo Volkswagen estão em busca de aeroportos, ou outros espaços de grandes dimensões sem grande (ou nenhuma) procura, para guardar os veículos que produzem, mas que não podem vender, por aguardarem a homologação de acordo com o novo ciclo de medição de consumos e emissões. É este o caso da Autoeuropa, que este ano deverá produzir cerca de 240.000 unidades (entre T-Roc, a maioria, e os monovolumes Sharan e Alhambra), tendo reservado uma área no pouco utilizado aeroporto de Montijo para parquear 10.000 veículos.

Paralelamente, a principal fábrica da Volkswagen, em Wolfsburg, onde também está localizada a sede e que produz uma média de 850.000 unidades por ano, reservou o novo aeroporto de Berlim. A infra-estrutura ainda está por terminar e por isso mesmo não recebe aviões, o que não o impede de acolher uns largos milhares automóveis, que ali permanecerão até estarem homologados segundo o WLTP. Até a fábrica espanhola de Martorell, que maioritariamente produz Seat, tem de parar alguns dias para evitar a acumulação de veículos com motores que carecem de homologação, o que levanta igualmente problemas à unidade que produz cerca de 530.000 carros por ano.

Tendo em contas as declarações do responsável pelas Vendas e Marketing da Volkswagen, Thomas Zahn, as dificuldades de homologação de consumos e emissões deverão ser ultrapassadas até final de Setembro ou Outubro,  “uma vez que o WLTP obriga ao triplo do tempo necessário para homologar um simples modelo, quando comparado com o que acontecia anteriormente”. Convidado a especificar, Zahn afirma que “até as séries especiais obrigam a homologações separadas”, o que torna o processo para uma gama extensa, como a do Golf, uma dor de cabeça.

Ainda assim, Zahn diz acreditar que os últimos dois meses do ano, já com o problema ultrapassado, conhecerão um enorme salto nas vendas.

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