Canábis medicianal no Alqueva? Esta realidade pode estar para breve. Essa é, pelo menos, a convicção de José Pedro Salema, presidente da Edia, defendida em entrevista ao Dinheiro Vivo. Ao jornal económico, o empresário que tem a seu cargo a economia da água e a promoção do regadio na região do Alqueva e que é, desde 2013, o presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), acredita que vão surgir novos investimentos “mais picantes” na região.

“Continua a haver muito interesse em amêndoa e olival. São as duas culturas que geram mais investimento e transações. Mais o amendoal do que o olival, hoje. Mas o olival tem ainda muitos projetos novos. Depois, têm surgido alguns investidores com coisas mais giras, e mais picantes”, explica na entrevista, referindo-se à canábis medicinal.

Mesmo agora, no princípio de agosto, tivemos três contactos de seguida de investidores à procura de terra para fazer canábis medicinal. Não sei se avançam ou não, mas é interessante”, sublinha José Pedro SAlema.

Para os investidores, explica o presidente da EDIA, esta é uma cultura que pode gerar uma mais-valia por hectare completamente “inédita”, embora os projetos que têm aparecido não impliquem culturas de grande dimensão.

“São valores com mais alguns zeros do que a melhor cultura agrícola que conseguimos imaginar. Mas a ocupação de área não é significativa. Os modelos de que nos falaram são produções em estufa que ocupam 5,10, 20 hectares. Há projetos de amendoal de dois mil hectares. Há projetos nacionais? São projetos por investidores estrangeiros, alguns de emigrantes portugueses que estão a voltar. Portanto, as novidades são em olival, amêndoa e canábis. Depois temos as hortícolas, as frutícolas. Há projetos de frutas de caroço: pêssegos, nectarinas, ameixas, alperces. Temos algumas hortícolas de alguma relevância, como as curbitáceas: melão, melancia, abóboras, já com alguma expressão. A cebola também está a aparecer. Há muita cebola a ser entregue a Espanha para o McDonald’s”, explica o empresário.

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