Parece ridículo ou, no limite, algo estranho, mas não seria a primeira vez que um fabricante de automóveis consegue sobreviver à custa do… emblema. A receita mágica já foi utilizada uma vez, pela Ford, quando há cerca de uma dezena de anos, em plena crise financeira, deu o seu logo oval azul como garantia para um empréstimo de 8.000 milhões de dólares. Qualquer coisa como 7.000 milhões de euros.

Vem isto a propósito da Tesla, apesar de o seu CEO, Elon Musk, continuar a garantir a pés juntos que a marca americana de veículos eléctricos vai passar a ter exercícios positivos a partir do 3º trimestre de 2018, e que não necessita de mais fundos para alimentar o lançamento dos veículos que já prometeu (Semi, Roadster, pick-up e Model Y).

Sucede que alguns analistas de Wall Street, habituados às tradicionais derrapagens da Tesla, em termos de prazos e objectivos, começaram já a pensar na possibilidade de a empresa falhar também estas previsões. Especialmente agora em que, com tanta conversa (e polémica) à volta do fabricante, há menos novos interessados a investir na companhia, e em que tanto o fundo saudita como a Volkswagen, ambos interessados investir na Tesla caso esta avançasse com a saída da bolsa, não se aproximarão dela até ser encerrada a investigação aberta pela Securities and Exchange Commission, ou seja, a Comissão de Valores Mobiliários americana.

Segundos os analistas, o ‘T’ da Tesla poderá valer, no mínimo, metade do emblema da Ford, o que significa que, em caso de grande embaraço financeiro, Musk poderia utilizar o logo da marca para garantir um empréstimo imediato. Não vai ser necessário, a fazer fé no CEO, mas nos dias que correm é sempre bom ter um plano B. Ou mesmo T.

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