A poucos dias de começar o ano letivo, a Câmara Municipal de Lisboa anuncia que 14 200 alunos das escolas públicas do 1.º ciclo vão receber o cartão Navegante Escola. Este novo documento é um dois em um: para além de funcionar como cartão escolar, dá ainda direito a viagens grátis no metropolitano e na Carris, no concelho de Lisboa. Os estudantes de escolas privadas, que não foram quantificados pela auatrquia, também poderão aderir à iniciativa.

Segundo a nota da autarquia, enviada às redações, o novo cartão — cuja atribuição é gratuita — será distribuído através das escolas. Uma vez que não é preciso fazer qualquer tipo de pagamento, os encarregados de educação terão apenas de preencher um documento de autorização de partilha de dados.

Em termos de funcionamento, explica a câmara de Lisboa na sua nota, o Navegante Escola funciona como os restantes cartões Lisboa Viva e, no próximo ano letivo, a medida deverá ser estendida “às escolas do 2.º e 3.º ciclos, permitindo a viagem gratuita até aos 12 anos e a conciliação do cartão escolar com o título de transporte a todos os outros”. Para além de servir de passe, terá todas as funcionalidades de um cartão escolar.

Em Lisboa, os passes para o Metropolitano e para a Carris já são gratuitos para menores de 12 anos. No entanto, se não forem portadoras de passe, as crianças a partir dos 4 anos pagam bilhete no Metro e na Carris.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em janeiro, quando o então vereador da Educação, Ricardo Robles, anunciou a medida explicou que assim os pais deixariam de ter de pedir o passe para os seus filhos. Outra nota positiva, na opinião do vereador do Bloco de Esquerda, é que poderia facilitar visitas de estudo, momentos em que os alunos têm de se apresentar na escola com títulos de transporte válidos.

“Esta é uma ideia que parece muito simples, e é simples, mas que cria um instrumento importante para as escolas”, uma vez que quando existem atividades fora da escola é necessário que os alunos se façam acompanhar de títulos de viagem já carregados ou dos seus passes, explicou na altura à agência Lusa.

“Se os alunos já tiverem este instrumento, que é o cartão da escola que lhes permite andar nos transportes públicos, cria uma dinâmica diferente de atividades fora da escola, e acho que isso é muito interessante”, defendeu o bloquista.

Outra das valências deste cartão escolar, explicou Ricardo Robles, estará ligada à cultura e será “a gratuitidade de acesso aos equipamentos da EGEAC”, como museus ou teatros, medida que o vereador da Educação espera que “potencie muito as atividades nas escolas”.

Em termos de custos, Ricardo Robles defendeu em janeiro que o investimento necessário para aplicar a medida seria “muito reduzido”, já que só implicaria a execução física do próprio cartão.