O Conselho de Administração da SAD do Sporting considerou esta quarta-feira as afirmações proferidas por Paulo Santos, membro da Comissão de Fiscalização, como impróprias, irresponsáveis e falsas e lamentou a desestabilização e o alarme infundado gerado entre os sportinguistas.

Em declarações feitas aos jornalistas, Paulo Santos, relator dos processos disciplinares impostos aos anteriores membros do Conselho Diretivo, liderado por Bruno de Carvalho, avisou que o futuro presidente do clube “vai encontrar um défice de tesouraria de 122 milhões de euros (ME) até ao final do ano”, que o “milagre financeiro” anunciado no clube não passava de “um mito” e que “a situação financeira exige algum esforço”.

Paulo Santos foi mais específico ao afirmar que os 122 ME se subdividem em 60 ME do grupo Sporting, 32 de pagamentos aos bancos por venda de jogadores e outros 30 referentes ao empréstimo obrigacionista, revelando ainda que “em termos de receitas futuras já foram adiantados 60 dos 68 ME” que havia a receber de direitos televisivos.

“[O Conselho de Administração do Sporting] considera profundamente impróprias e irresponsáveis tais declarações, não só porque não cabem nas atribuições de um membro da Comissão de Fiscalização, mas também porque aludem a dados financeiros, ainda por cima falsos, referentes à Sporting SAD, empresa do Grupo Sporting cotada em bolsa, sendo que os dados verdadeiros, do Grupo e da SAD, se encontram ainda em fase de apreciação pelos respetivos órgãos de auditoria e fiscalização, e por isso, no caso da SAD, ainda nem sequer foram remetidos à CMVM”, pode ler-se no comunicado divulgado pela SAD dos leões.

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Esta não só desmente categoricamente “as irresponsáveis” informações prestadas por Paulo Santos “sobre as necessidades de tesouraria do Grupo Sporting, e especificamente as da Sporting SAD”, como “deplora as meias verdades e imprecisões dos dados financeiros por ele anunciados”.

No mesmo texto, a SAD leonina “lamenta profundamente a desestabilização e o alarme gerado, lamentavelmente e de forma infundada, entre os sportinguistas” pelas declarações de Paulo Santos, as quais “apenas se poderão entender, parcialmente, pelo período de campanha eleitoral atualmente vivido pelo Clube com vista às eleições do próximo dia 8”.

As declarações de Paulo Santos suscitaram também uma reação por parte da Comissão de Fiscalização (CF), que as considera “uma iniciativa individual, que não compromete o órgão e que não tendo sido previamente discutida ou comunicada se torna surpreendente”. “A CF não tem, por ora, contas fechadas do Sporting nem se pronuncia sobre o que cada candidatura entende serem as necessidades do Clube. A Comissão de Fiscalização mantém a sua independência e fidelidade aos Estatutos e regras do Sporting Clube de Portugal, de acordo com os objetivos com que foi nomeada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Comendador Jaime Marta Soares”, lê-se no comunicado emitido pela CF.

Mais faz saber a CF, que “entregará, oportunamente, o relatório de atividades ao Presidente cessante da MAG, assim como todos os dossiês com que lidou à Comissão Fiscal e Disciplinar que for eleita no próximo dia 8”, ao mesmo tempo que espera, ainda antes das eleições revelar “a conclusão ou andamento de alguns processos importantes para o Sporting”.