A presidente do CDS-PP disse esta quinta-feira, em Valada, Cartaxo, que a agricultura “tem sido o parente pobre do Governo”, que não está a aplicar “devidamente” os fundos europeus disponíveis.

Assunção Cristas falava durante uma visita à Agroglobal — Feira das Grandes Culturas, que decorre desde quarta-feira nos cerca de 200 hectares de terreno do mouchão da Fonte Boa, propriedade do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), junto ao rio Tejo, contando com a presença, até sexta-feira, de 400 expositores e uma centena de máquinas agrícolas a trabalhar em diferentes campos cultivados propositadamente para o evento.

A líder centrista disse ter encontrado nesta feira profissional “uma coisa extraordinária: um setor resiliente, a trabalhar, a crescer”, mas onde escutou “críticas a um Governo que não disponibiliza os fundos comunitários, que não põe o PDR 2020 a funcionar bem”, levando “muita gente” a “desistir de fazer candidaturas e concursos”.

“Não estão para ficar à espera, perante a incerteza, andam por si. Se têm dinheiro, investem, se não têm, não estão à espera dos fundos comunitários, o que é pena porque com essa alavanca e esse apoio certamente este dinamismo e a vivacidade do setor poderia ser mais aproveitada e levar-nos mais longe”, declarou. Cristas deu os “parabéns” ao setor, “porque apesar ser o parente pobre do Governo não desiste, continua a desenvolver-se e está à vista”.

Durante a visita à Agroglobal, Cristas assistiu ao final da palestra proferida pelo ex-líder centrista Paulo Portas, que falou sobre “Tendências, Riscos e Oportunidades para a Agricultura Portuguesa no Mundo Atual”. “É um gosto ouvi-lo. Vimos uma assistência agarrada por aquilo que é a sua análise de um mundo muito global, com muitos desafios e também com muitas oportunidades, e na perspetiva do CDS o que temos que fazer é agarrar essas oportunidades”, afirmou.

Questionada sobre a demissão de 52 diretores e chefes de serviço no Hospital de Gaia, concretizada quarta-feira, Cristas afirmou que esse é “mais um exemplo do país real que não cola com o país das palavras do primeiro-ministro, que é o país das maravilhas”, frisando que o CDS vai querer “obter todas as explicações”.

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