Um juiz arquivou esta sexta-feira o inquérito à alegada corrupção de Juan Carlos I. A investigação tinha resultado da divulgação das escutas à mulher apontada como sendo a sua ex-amante, Corinna zu Sayn-Wittgenstein. A filantropa alemã acusava o rei emérito de ter contas secretas em paraísos fiscais, ter interferido no processo em que o genro Iñaki Urdangarin foi condenado e ter recebido uma comissão indevida no projeto do comboio de alta velocidade AVE.

Diego de Egea, juiz da Audiência Nacional, ordenou a abertura do inquérito às escutas que implicavam o Juan Carlos no contexto do caso Tándem, que investiga o ex-comissário da polícia José Villarejo Pérez, acusado de organização criminosa, suborno e branqueamento de capitais. O juiz, responsável por este caso, decidiu agora arquivar o inquérito ao monarca por considerar que não existem “indícios racionais” contra o único arguido do processo que está a julgar, o ex-comissário Villarejo.

Segundo o documento citado pelo El País, os “atos” em causa ocorreram entre 2009 e 2012, período no qual Juan Carlos tinha imunidade por ser rei. O documento oficial afirma ainda que nenhum dos documentos recolhidos durante o inquérito suporta as acusações e que a própria Corinna não conseguiu apresentar provas suficientes de que tinha de que tinha agido como testa-de-ferro para o pai de Felipe VI. O juiz sublinha ainda que as escutas foram gravadas em 2015, quando a “relação de amizade” da alemã com o rei “já tinha terminado”.

A decisão surgiu duas horas depois de a Procuradoria Anticorrupção ter solicitado o arquivamento do processo por concluir que não existem indícios suficientes para sustentar uma investigação. “Não resulta [prova] suficiente para uma investigação penal”, concluiu a instituição.

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