George Papadopoulos, um antigo conselheiro da campanha de Donald Trump, foi condenado a 14 dias de prisão nesta sexta-feira, depois de se ter declarado culpado de mentir a agentes federais norte-americanos que investigavam as ligações entre operacionais russos e a campanha do candidato republicano.

O Ministério Público tinha recomendado uma pena de prisão de seis meses. Os advogados de Papadopoulos tinham pedido uma pena suspensa, afirmando que o conselheiro mentiu não com o objetivo de impedir a investigação, mas sim para “preservar uma lealdade, talvez mal dirigida, para com o seu patrão”.

“O Presidente dos Estados Unidos afetou mais esta investigação do que o George Papadopoulos alguma vez fez”, disse o advogado de Papadopoulos, Thomas Breen, ao discursar em tribunal na sexta-feira.

Papadopoulos admitiu ter mentido aos investigadores acerca de contactos com um professor com ligações ao Kremlin que o informou, em abril de 2016, que os russos tinham informações comprometedoras sobre a candidata democrata, Hillary Clinton, e “milhares de emails”. Papadopoulos tinha dito aos investigadores que a conversa teve lugar antes de se ter tornado um dos conselheiros da campanha. Mas, na verdade, quando o fez já trabalhava para Trump há mais de um mês.

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Também foi condenado a um ano de supervise, 200 horas de serviço comunitário e a uma multa de 9.500 dólares. O juiz do caso, Randolph Moss, disse que esperava ter enviado uma mensagem acerca da gravidade de mentir ao FBI. Papadopoulos reconheceu ter cometido um “erro terrível” e pediu desculpa.

“As pessoas apontam para mim e riem-se. Estou terrivelmente deprimido”, declarou Papadopoulos em tribunal, de acordo com a CNN. “Esta investigação tem implicações globais e a verdade importa”, salientou.

Papadopoulos tornou-se na segunda pessoa a ser condenada a penas de prisão no decorrer da acusação conduzida pelo conselheiro-especial Robert Mueller. O advogado holandês Alex van der Zwaan foi condenado a 30 dias de prisão por ter mentido aos investigadores acerca das suas conversas com o antigo assessor de Trump Rick Gates.

Gates testemunhou no mês passado em tribunal contra o antigo secretário-geral da campanha de Trump, Paul Manafort, que foi condenado por fraude mas ainda não ouviu a sentença.