Angola vai encerrar até novembro a embaixada junto da sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, e o consulado em Faro , disse esta segunda-feira, em Luanda, o chefe da diplomacia angolana. Segundo Manuel Augusto, que falava à margem do VII Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores de Angola, que decorre até terça-feira, sob o lema “As Oportunidades e Desafios no Futuro”, o encerramento faz parte de uma lista de quatro missões diplomáticas e outros tantos consulados que, até novembro serão fechados.
O ministro das Relações Exteriores angolanos lembrou que Luanda, face a constrangimentos económicos provocados pela crise que o país enfrenta, vai encerrar entre outubro e novembro as embaixadas no México, Canadá e Grécia e os consulados em Faro, Durban (África do Sul), Frankfurt (Alemanha) e Califórnia (Estados Unidos).
“Já estamos a movimentar as pessoas, pois isso tem a ver com a vida das pessoas, mas vamos fechar todo o processo até novembro”, disse o ministro, salientando que a missão diplomática acreditada na sede da CPLP passará a ser coberta pela missão diplomática angolana em Lisboa. Quatro embaixadas e igual número de consulados serão encerradas em novembro do corrente ano, pela República de Angola, anunciou nesta segunda-feira, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto.
O chefe da diplomacia angolana adiantou que, por outro lado, Angola vai construir uma nova chancelaria na Alemanha, projeto integrado no acordo-quadro de financiamento celebrado em 2016 entre o Governo angolano e o banco alemão KFW IPEX-Bank GMBH, no montante de 500 milhões de dólares (427,8 milhões de euros ao câmbio atual).
A 24 de agosto deste ano, na sequência da visita oficial que efetuou à Alemanha, o Presidente angolano, João Lourenço, aprovou um decreto a entrega da empreitada à empresa alemã Ed Zublin AG Stuttgart, num valor próximo dos 12 milhões de euros. “Angola beneficiou de um financiamento, que aproveitou. Temos uma embaixada, uma chancelaria na Alemanha, e queremos enriquecer o nosso património. Tivemos essa possibilidade, aproveitou-se um financiamento e ao construirmos a nossa chancelaria, estamos também a aumentar o nosso património mobiliário no mundo, o que é sempre bom”, referiu.
No discurso de abertura da reunião do Conselho Consultivo do MIREX, Manuel Augusto defendeu a “urgência” na necessidade de se impor uma maior dinâmica na implementação de algumas sugestões e/ou perspetivas de redimensionamento da cobertura regional, através de um processo de redistribuição de certas missões diplomáticas e consulares. Tudo, prosseguiu, “com base em análises objetivas, para corrigir os desenquadramentos geopolíticos e geoestratégicos que se registam atualmente”, disse.
O Conselho Consultivo tem como vocação analisar as atividades desenvolvidas pelo ministério e perspetivar outras, no âmbito das competências de execução da política externa de Angola, estando na reunião a serem avaliados temas como, entre outros, “Diplomacia Económica de Angola”, “Geopolítica e Cobertura Regional”, “Plano de Reforma, Uma Nova Visão para o Ministério das Relações Exteriores”.