Diego Simeone abriu o jogo numa extensa entrevista ao programa El Partidazo, da Cadena Cope, onde falou de vários assuntos: a estreia do seu filho pela seleção argentina, as hipóteses do Atlético de Madrid sem Cristiano Ronaldo no rival Real, o ingresso de Courtois no adversário madrileno e a escolha entre Neymar e Mbappé. Pelo meio, o técnico colchonero abordou a exclusão de Griezmann dos eleitos para melhor jogador do mundo.
“O objetivo na Liga é estar nos três primeiros. Podemos ficar em terceiro, tranquilamente. No que aos resultados diz respeito, não somos piores do que o Real Madrid ou o Barcelona, mas nas características individuais dos jogadores, sim. Sem o Cristiano Ronaldo no Real Madrid ficámos mais próximos do nível deles, isso é certo”, afirmou Diego Simeone, que já viu a sua equipa conquistar a Supertaça Europeia sobre o rival merengue no primeiro jogo oficial da temporada (4-2).
No Real Madrid encontra-se agora Thibaut Courtois. O guardião belga esteve três anos no Atlético, antes de singrar no Chelsea e rumar ao Santiago Bernabéu esta temporada. Na opinião de Simeone, a chegada do titular da Bélgica não assusta os colchoneros — o Atlético está mais bem servido.
“O Courtois não jogaria a titular no Atlético porque o Oblak é melhor”, garantiu o argentino que conhece bem os dois guardiões e apostou no esloveno ex-Benfica desde que este chegou ao Wanda Metropolitano.
A entrevista ao programa El Partidazo prosseguiu e parou no plantel do Paris Saint-Germain, mais concretamente, na frente de ataque parisiense. Mbappé e Neymar estiveram em destaque no Mundial da Rússia, por razões opostas: o francês brilhou e sagrou-se campeão do mundo; o brasileiro não foi além dos quartos de final e ficou ligado a uma imagem de fiteiro, tantas foram as vezes que terminou as jogadas estendido no chão. Ainda assim, Simeone não tem dúvidas: entre um e o outro, a sua opção recairia sobre Neymar.
“Escolho o Neymar, sem dúvida. Lembro-me do Barcelona de Luis Enrique e, nos jogos em que tinha de trabalhar, trabalhava. O Mbappé é muito mais individualista enquanto o Neymar tem uma forma de jogar pela equipa”, justificou o técnico argentino.
Se Mbappé não enche as medidas a Simeone, há outro francês que o faz: Antoine Griezmann. O avançado do Atlético de Madrid foi considerado o melhor jogador da Liga Europa na temporada passada e conquistou o mundial da Rússia ao serviço da seleção galesa, mas nem assim conseguiu um lugar nos nomeados para melhor jogador do mundo (Cristiano Ronaldo, Luka Modric e Mohamed Salah são os eleitos).
“A exclusão do Griezmann não tem qualquer explicação. Foi campeão do mundo, ganhou a Supertaça da Europa e a Liga Europa e foi o melhor jogador da final do Mundial. Foi sem dúvida o melhor deste ano“, defendeu Diego Simeone.
Por fim, depois de falar de talentos confirmados e com o nome construído no futebol internacional, o técnico argentino foi confrontado com um jogador menos conhecido do comum dos mortais, mas com uma ligação única ao treinador do Atlético: Giovanni Simeone, filho de Diego Simeone.
Aos 23 anos, o avançado argentino vai brilhando na Serie A ao serviço da Fiorentina e, no passado sábado, estreou-se da melhor forma com a camisola da seleção alviceleste — 90 minutos na primeira internacionalização e um golo apontado.
“Estávamos no hotel e começou o jogo da Argentina. Emociona-me vê-lo na seleção, é uma mistura de sentimentos. É um rapaz que tem tudo para jogar comigo, mas nunca o vou trazer para a minha equipa“, explica o pai Simeone, acabando por justificar: “É muito difícil ter um filho no balneário, cada um vive a situação de maneira diferente. Tem tudo o que gosto num avançado, mas é difícil partilhar balneário. Pode ser quem um dia eu não esteja no Atlético e ele possa vir”.