“The Wrong Cop” falava sobre uma mulher que passava “todos os dias do casamento a fantasiar sobre matar” o marido. “The Wrong Husband” contava a história de uma mulher que simulou a própria morte para fugir a um marido abusivo. “How To Murder Your Husband”, por sua vez, era um ensaio que apresentava várias formas de matar o marido e não ser apanhada. Nancy Crampton Brophy escreveu mais do que uma vez sobre mulheres que assassinavam o marido. Na semana passada foi detida sob suspeita de ter matado o homem com que era casada há 27 anos.

A escritora de Portland, nos Estados Unidos, foi presa e acusada entretanto do homicídio do marido. Daniel Brophy, de 63 anos, era chef e dava aulas no Instituto Culinário do Oregon, onde foi encontrado morto em junho. O Washington Post conta que o norte-americano foi atingido com um tiro e a polícia não tinha qualquer descrição do suspeito. No dia seguinte à morte do marido, Nancy Brophy recorreu ao Facebook para reagir publicamente: “Para todos os meus amigos e família no Facebook, tenho notícias tristes para dar. O meu marido e melhor amigo, o chef Dan Brophy, foi morto ontem de manhã. Para todos aqueles que são próximos de mim e achavam que isto merecia uma chamada, têm razão, mas estou a esforçar-me para lidar com isto agora”.

Ainda que a polícia não tenha revelado como e por que motivos considerou Nancy suspeita, os vizinhos descobriram rapidamente que a escritora de 68 anos poderia estar envolvida no crime. Don McConnell, que vive ao lado dos Brophy há seis anos, contou que falou com a escritora sobre a morte de Daniel, numa tentativa de perceber o que é que poderia ter motivado o assassinato; perguntou-lhe então se estava em contacto com a polícia e tinha informações sobre os avanços da investigação. “Não sei, sou suspeita”, respondeu Nancy.

No ensaio “How To Murder Your Husband”, que Nancy Brophy publicou no blog “See Jane Publish” em novembro de 2011, a escritora descrevia cinco motivos que podem levar uma mulher a matar o marido e enumerava várias maneiras de o fazer. Desaconselhou a contratação de um assassino – já que “a grande maioria entrega a autora moral à polícia” – e o acordo com um amante, porque “nunca é uma boa ideia”. Veneno também não funcionaria, “porque é detetável” e “afinal, se o homicídio tem o objetivo de libertar, não é suposto ir parar à cadeia”.

Nancy e Daniel estavam casados há 27 anos e a escritora costumava escrever sobre o casamento e o quotidiano do casal na Internet, muitas vezes com um sentido de humor negro. Num post de 2011, contou: “Eu e o meu marido estamos ambos no nosso segundo (e último – acreditem em mim!) casamento. Jurámos, antes de dizer ‘sim’, que não iríamos acabar em divórcio. Mas não descartámos, devo notar, um tiroteio trágico ou um acidente suspeito. Adoro a maneira como ele me faz rir quando estou realmente zangada. Mas deixo uma última palavra de alerta. Se eu alguma vez me atirar de um edifício alto, investiguem. Investiguem. Investiguem.”

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