Ana Julia Quezada, a espanhola que confessou ter assassinado Gabriel Cruz, o filho de oito anos do homem com quem mantinha uma relação, não vai ser julgada pelo crime de rapto da criança. O juiz responsável pelo caso anunciou esta segunda-feira que Ana Julia só será acusada dos crimes de homicídio e atentado contra a integridade moral.

O El Español conta que Rafael Soriano, o magistrado, não quis dar explicações adicionais sobre os motivos da decisão e limitou-se a referir que espera que “antes do final do ano” esteja encerrada a instrução do caso. Esta é já a quarta vez que Ana Julia se apresenta em tribunal desde que foi detida, em março, depois de Gabriel ter sido encontrado morto, coberto de lama, despido e enrolado num cobertor na mala do carro da madrasta. A espanhola acabou por confessar ser a autora do crime e revelou que escondeu a roupa da criança num aterro sanitário.

Ana Julia confessa ter assassinado Gabriel Cruz com machado e está a colaborar com a polícia

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Na altura, fontes ligadas à investigação garantiram que “a criança entrou voluntariamente no carro” de Ana Julia. Quando chegaram à casa da família, em Rodalquilar, a quatro quilómetros casa da avó, onde estava a criança, Gabriel “enfureceu-se e atacou-a e ela matou-o para se defender“, segundo as declarações de Ana Julia, citada pelas mesmas fontes. A espanhola discutiu com o menino, deu uma pancada na cabeça de Gabriel com um machado e acabou por asfixiá-lo. Ana Julia será julgada por um júri popular de nove elementos.

Ana Julia, de 43 anos, namorava há poucos meses com o pai de Gabriel quando matou a criança de oito anos, mas já estava noiva de Ángel Cruz. É de origem dominicana e chegou a Almería há quatro anos, depois de ter passado por Burgos. Não haveria grande relacionamento entre os familiares de Ángel Cruz e a namorada, mas lembraram os jornais espanhóis que era habitual encontrarem-se aos fins de semana na localidade de Las Hortichuelas. Ainda sobre a relação com os familiares de Ángel Cruz, o El País cita fontes que davam como certa uma “boa relação em público” mas um difícil trato com a avó de Gabriel. “Carmen [a avó da criança morta] não gostava do controlo que ela [Ana Julia] tinha sobre o seu filho”, cita o mesmo jornal, que diz ainda, de acordo com fontes próximas da investigação, que era uma mulher de “caprichos caros”.

Quem é Ana Julia, a principal suspeita da morte do pequeno Gabriel?