Donald Trump fechou ainda mais a porta aos refugiados, depois de o secretário de Estado norte-americano ter anunciado que em 2019 vai baixar o número de admissões de refugiados nos EUA para um mínimo histórico de 30 mil.

O número foi anunciado por Mike Pompeo, que ainda assim referiu que apesar da redução de entrada de refugiados, os EUA esperam processar “até 300 mil processos” no próximo ano, além dos 800 mil que o secretário de Estado disse estarem nos EUA a aguardar a concessão do estatuto de refugiado.

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De acordo com o The New York Times, os números apresentados por Mike Pompeo são “exagerados”, já que em julho o Departamento de Segurança Nacional afirmou haver 320 mil requerentes de asilo à espera de uma resposta para os seus processos e não 800 mil anunciados por Mike Pompeo. O número mais próximo daquele que o secretário de Estado avançou será o dos 730 mil imigrantes — e não refugiados — cujos casos aguardam resolução por parte de tribunais para a imigração.

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“Estes números amplos são a prova da longa reputação dos EUA como a nação mais generosa do mundo no que diz respeito à imigração para fins de proteção e apoio”, disse Mike Pompeo esta segunda-feira. “O limite proposto para este ano deve ser visto no contexto de muitas outras formas de proteção e apoio oferecidos pelos EUA.”

No entanto, o teto máximo de 30 mil é indiscutivelmente o número mais baixo de refugiados que os EUA pretende receber num ano desde que, em 1980, foi aprovado o Refugee Act, decreto-lei que veio regulamentar a entrada nos EUA de refugiados.

No ano inaugural deste programa, o teto de refugiados a entrar nos EUA foi estipulado nos 231700. Desde então, os números têm sido sempre menores — o teto apenas ultrapassou o limite de 100 mil em 11 anos, sendo que a única vez que isso aconteceu no século XXI foi em 2017, por decisão de Barack Obama.

Com a chegada de Donald Trump ao poder, o número para 2018 foi reduzido para 45 mil, o que à altura também foi um mínimo histórico desde a aprovação do Refugee Act.