As autoridades filipinas elevaram esta quarta-feira para 81 o número de mortos e para 70 os desaparecidos na sequência do tufão Mangkhut no norte do país, onde as equipas continuam as operações de resgate.

De acordo com as últimas informações da Polícia Nacional, o maior tufão da temporada deixou também 71 feridos na sua passagem pelo norte da ilha de Luzon, no extremo norte do país.

O número de afetados nas Filipinas já ultrapassa um milhão, de acordo com as últimas informações do Centro Nacional de Redução de Desastres. Entre as 150 mil pessoas que tiveram de ser retiradas, 60 mil ainda se encontram em centros de abrigo.

As autoridades estimam que a maioria terá que permanecer pelo menos mais três semanas nestes abrigos, onde as condições de higiene, saneamento e água potável são cada vez mais precárias, segundo a Cruz Vermelha. “Nesta primeira intervenção, a nossa prioridade é garantir água e saneamento à população afetada, e depois logo nos concentraremos na segurança económica das famílias”, disse à agência Efe o chefe da delegação da Cruz Vermelha nas Filipinas, Luis Carrasco.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois da devastadora passagem pelas Filipinas, o tufão seguiu para a China, afetando sobretudo a província de Guangdong, no sul, onde pelo menos quatro pessoas morreram e 2,5 milhões tiveram de ser realojadas, de acordo com a comunicação social estatal.

A região administrativa de Macau também foi afetada pelo tufão, com registo de 40 feridos, segundo o último balanço oficial. No domingo, o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo de uma escala com 1, 3, 8 e 9, esteve em vigor durante nove horas naquele território, o mais longo período registado desde 1968.

As chuvas torrenciais e ventos ciclónicos provocados pela tempestade tropical causaram também cortes na eletricidade e nas comunicações em vários dos locais afetados. Segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos de Macau, a suspensão de energia elétrica determinou o encerramento do local de encontro para evacuação de emergência no Mercado da Praia do Manduco, não existindo residentes dentro das instalações, ressalvou aquela entidade.

A suspensão do abastecimento de energia elétrica em algumas zonas está a afetar 20 mil clientes em zonas que incluem a Praia do Manduco, a Rua do Almirante Sérgio, a Avenida Almeida Ribeiro, a Rua Ribeira do Patane, o Porto Interior e a Doca do Lam Mau. “impacto grave” do tufão já levou o chefe do Governo de Macau a emitir um despacho no qual se determina o encerramento de todos os serviços públicos na segunda-feira, com exceção daqueles integrados na estrutura da Proteção Civil e de representação exterior. Todas as instituições de ensino superior em Macau também suspenderam a sua atividade no domingo.

Perto de seis mil pessoas foram retiradas das suas casas, no seguimento do plano de evacuação das zonas baixas da cidade, efetuado a partir das 21h de sábado. De acordo com as últimas informações do Instituto de Ação Social (IAS), 777 pessoas recorreram até às 8h30 (1h30 em Lisboa) aos 16 centros de abrigo com espaço para mais de 24 mil pessoas.

Tufão provoca perturbações nos voos na China, Macau e Hong Kong

Perto de 900 voos foram adiados ou cancelados em Hong Kong devido ao tufão severo Mangkhut, que se aproxima da costa oeste de Guangdong com ventos até 173 quilómetros por hora, noticiou um jornal local. De acordo com o South China Morning Post, pelo menos 543 voos programados para este domingo foram cancelados, afetando cerca de 96.000 passageiros. No total, as autoridades do aeroporto internacional de Hong Kong dão conta de 889 voos adiados ou cancelados devido à proximidade deste tufão, considerado o maior do ano, indicou o mesmo jornal.

No território vizinho, Macau, placa de estacionamento do Aeroporto Internacional de Macau começou a ficar submersa devido às condições climáticas e todos os voos previstos para este domingo foram cancelados.

Nas províncias chinesas de Guangdong e Hainan, centenas de voos foram cancelados e todos os serviços ferroviários de alta velocidade e alguns normais também foram interrompidos no domingo, informou a China Railway Guangzhou Group Co.. Na província de Fujian, dezenas de milhares de barcos de pesca regressaram ao porto e as obras de construção pararam. A cidade de Shenzhen também cancelou todos os voos entre domingo e segunda-feira de manhã. A Hainan Airlines cancelou 234 voos nas cidades de Haikou, Sanya, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai, programados para este fim de semana.