Os dois primeiros títulos da coleção “Biblioteca José-Augusto França”, cuja publicação foi iniciada este ano pela Imprensa Nacional, são apresentados hoje, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. “Natureza Morta” e “Charles Chaplin, o ‘Self-Made-Myth'” são os dois títulos publicados, no âmbito do projeto da edição, numa seleção das obras a cargo do próprio autor de 95 anos.

A apresentação, às 19:00, no auditório 03 da Fundação, está a cargo dos historiadores de arte Vítor Serrão, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Raquel Henriques da Silva, da Universidade Nova de Lisboa, e de Cristina Tavares, da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

A Imprensa Nacional, tal como anunciou em fevereiro passado, conta publicar 16 volumes de José-Augusto França, autor de ensaios sobre arte, ficção e teatro. Numa nota de abertura do 1.º volume, “Natureza Morta”, Duarte Azinheira, diretor da Unidade de Publicações da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, realça o facto de muitas das obras a publicar terem sido revistas e ampliadas, contando, algumas delas, com material inédito e disperso.

Segundo o responsável, esta coleção “pretende sintetizar, de forma extensa e profunda, os vários lugares de interesse e questionamento do autor – entre ensaios, romance, contos, memórias, teatro – e também reunir o melhor da reflexão de um homem que a UNESCO considerou como um símbolo maior do pensamento europeu”.

Numa nota a encerrar o primeiro volume, Irina Georgieva Bokova, que dirigiu a UNESCO de outubro de 2009 a outubro do ano passado, salienta que José-Augusto França tem demonstrado, “de maneira brilhante, a importância da Cultura para a compreensão de toda a sociedade em geral”. Segundo a Imprensa Nacional, os próximos volumes a publicar, no âmbito desta coleção, serão “Amadeo de Souza-Cardoso, o ‘Português à Força’. Almada Negreiros, o ‘Português sem Mestre'” e “Lisboa Pombalina e o Iluminismo”.

Natural de Tomar, no Ribatejo, cidade sobre a qual publicou uma monografia, José-Augusto França doou parte do seu espólio de obras de arte ao Museu Municipal, constituindo o Núcleo de Arte Contemporânea. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1944, José-Augusto França, como bolseiro do Estado francês, em 1959, estudou na Unversidade Sorbonne, até 1963, tendo trabalhado, entre outros, com o historiador Pierre Francastel (1900-1970). Na Universidade de Paris IV (Panthón-Sorbonne), doutorou-se em História, em 1962, com a tese “Une Ville des Lumères: la Lisbonne de Pombal”, e tornou-se doutor em Letras, em 1969, com a tese “Le Romantisme au Portugal”.

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