A consultora FocusEconomics considera que a economia de Moçambique deverá crescer 3,3% este ano e 3,5% no próximo ano, o que mostra uma revisão em alta de 0,2 pontos para o próximo ano.

Na avaliação mensal das economias africanas, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a FocusEconomics reviu os dados apresentados em julho, quando apontou para uma contração de 0,7% no primeiro trimestre, e assumiu agora um crescimento de 3,2% no primeiro trimestre e 3,4% no segundo.

“Os dados preliminares revelados sobre o PIB revelaram que a atividade económica continuou relativamente frágil, embora melhorando ligeiramente face ao início do ano”, escrevem os analistas, apontando para os setores das minas e da agricultura como os maiores impulsionadores do crescimento económico, que ainda assim fica longe dos 5,3% de crescimento para este ano previsto pelo Governo.

O ministro das Finanças tinha dito à Lusa, em abril, à margem dos Encontros da Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), que a previsão de crescimento oficial seria revista para um valor acima de 3% (a previsão do FMI nessa altura), mas o valor de 5,3% manteve-se inscrito nos documentos oficiais – o FMI, em agosto, atualizou a previsão de expansão económica para entre 3,5 e 4%.

A posição externa, segundo a FocusEconomics, deteriorou-se no segundo trimestre do ano, “já que o défice da balança corrente quase duplicou face ao mesmo período do ano passado devido ao alargamento do défice nas trocas comerciais”.

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Também negativa foi a descida para quase metade do Investimento Direto Estrangeiro, motivado pelo abrandamento dos fluxos financeiros para as indústrias extrativas.

Os dados já disponíveis, notam os analistas da FocusEconomics, “apontam para um começo lento do terceiro trimestre, com a confiança dos empresários a baixar em julho face ao segundo trimestre, refletindo o sentimento negativo das empresas sobre as condições de emprego no futuro”.

A ligeira aceleração de 3,3%, este ano, para 3,5% de crescimento económico no próximo ano “será suportada pela melhoria das condições monetárias e por uma procura externa favorável aos setores do carvão e alumínio, as principais áreas de exportação de Moçambique”, concluem os analistas.