Héctor Herrera foi durante muito tempo o patinho feio do FC Porto. Aparentemente lento, sem grande virtuosidade técnica e incapaz de se afirmar como líder, o mexicano demorou a afirmar-se na lista dos jogadores prediletos dos adeptos azuis e brancos. Algo absolutamente impensável nos dias de hoje. Herrera é capitão, voz de Sérgio Conceição dentro de campo e afastou os fantasmas de ter sido “responsável” por um campeonato perdido ao marcar um golo decisivo na Luz, na época passada. Este sábado, el capitán fez o 200.º jogo com a camisola do FC Porto: no Estádio do Bonfim, onde se estreou há cinco anos pela mão de Paulo Fonseca.

Cinco anos e 200 jogos depois, Herrera conquistou três títulos, 128 vitórias, fez 26 assistências e marcou 27 golos. Assumiu-se como um jogador absolutamente imprescindível ainda durante as passagens de Julen Lopetegui, José Peseiro e Nuno Espírito Santo pelo banco técnico do FC Porto, mas foi com Sérgio Conceição que ganhou o estatuto de pedra basilar no meio-campo azul e branco. É a ponte edificada entre o eixo da defesa e o ataque e permanece impenetrável quer tenha Sérgio Oliveira ou Danilo Pereira ao lado. Deixou de ser o jogador que faz brilhar para ser o capitão que lidera as vitórias.

Este sábado, num jogo difícil frente ao V. Setúbal, o médio mexicano foi dos elementos do FC Porto que mais batalhou contra a muralha sadina e tentou incansavelmente estimular uma equipa macia e algo adormecida. 200 jogos depois, Herrera já mostrou que não é contratação de passagem. 200 jogos depois, Herrera já deixou claro que fará parte da história do FC Porto nestes primeiros anos do século XXI. E 200 jogos depois, Herrera é o braço direito em que Sérgio Conceição terá de se debruçar para lutar pela renovação do título de campeão nacional.

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