Luisão foi homenageado em pleno relvado do Estádio da Luz um dia depois de ser anunciado que vai terminar a carreira. Mais de 500 jogos e 20 títulos depois, o bom gigante despediu-se do Benfica, da relva e das bancadas da Luz e do presidente Luís Filipe Vieira, o companheiro de 15 anos e o único que ainda se mantém no clube desde que o brasileiro chegou, em 2003. Acompanhado pela mulher e as duas filhas, Luisão afirmou: “Devo quase tudo ao presidente Vieira, devo quase tudo ao Benfica, à minha esposa e filhas. Correspondi a tudo o que me deram em campo e faço de tudo para defender este clube, com garra e dedicação por onde levar o nome do Benfica. Foi assim no passado e assim será no futuro. Vejo apenas ‘obrigado, capitão’ mas chegou a hora de dizer ‘obrigado, Benfica'”.

O central brasileiro, que envergou a braçadeira de capitão do clube durante mais de dez anos, explicou que decidiu colocar um ponto final na carreira porque “a história foi escrita durante tanto tempo” e chegou à conclusão de que “era a hora de dar o contributo fora de campo para a reconquista”, o nome que a comunicação do Benfica adotou para a tentativa de recuperação do título de campeão nacional perdido na temporada passada para o FC Porto.

Os dois melhores momentos…

Luisão, que falou para uma plateia onde também estavam os colegas de equipa, recordou os dois momentos mais especiais ao longo dos 15 anos no Benfica. “O golo ao Sporting que nos deu o título, que hoje ainda cria alguma polémica, sabendo se foi falta. Pelas minhas filhas, não foi! E quando parti o braço. Confesso que ouvia muitas dúvidas e achei que a minha carreira tinha morrido mas a minha família é forte e houve pessoas que apostaram em mim. Renasci quando fomos tetracampeões”, recordou o brasileiro de 37 anos.

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Luisão. O gigante que chegou a Lisboa há 15 anos pendurou as botas e a braçadeira

… e os piores

Quando ao pior momento, o brasileiro não escolheu apenas um – mas sim uma situação que aconteceu várias vezes. “Foi quando no campo não se percebeu o apoio da bancada e lutei pelos meus companheiros e pelo apoio de fora. Houve jogos em que tentei defender os meus colegas. Acredito que o adepto tenha ficado chateado mas depois tudo voltou ao normal. Vivi dias tristes quando a equipa tomou uma postura contra o adepto”, explicou Luisão.

[Veja no vídeo em 2 minutos e 43 segundos como foram os 15 anos de Luisão no Benfica]

O agora antigo jogador do Benfica deve permanecer no clube enquanto diretor de relações internacionais, um cargo que Simão Sabrosa e Nuno Gomes recusaram quando terminaram as respetivas carreiras. 20 títulos depois – que fazem dele o jogador mais titulado da história do Benfica -, Luisão considera que só faltou uma coisa: “Faltou o título internacional. É uma das coisas que lamento na carreira. Tivemos duas oportunidades e isso é algo que vou lamentar”.