Quatro dos cinco membros do grupo La Manada — que, em abril, foram condenados a nove anos de prisão por abuso sexual de uma jovem de 18 anos durante as festas de São Firmino, em 2016 —, voltam agora a ser acusados por mais um caso de abuso sexual. Desta vez a acusação vem do Tribunal de Instrução de Pozoblanco (Córdoba), no sul de Espanha, e a acusação remonta a um caso ocorrido em maio de 2016, no âmbito das festas de Torrecampo, onde o grupo terá feito gravações com uma jovem inconsciente no interior de um carro enquanto os membros do grupo a tocavam e acariciavam.

O processo contra os quatro homens (José Angel Prenda, Antonio Manuel Guerrero, Jesús Escudero e Alfonso Cabezuelo — Ángel Boza, o quinto elemento do grupo não estava em Pozoblanco) é de abusos sexuais e crime contra a privacidade. Segundo a imprensa espanhola, um dos quatro elementos, o militar Alfonso Cabezuelo, é ainda acusado de um terceiro crime, de maus tratos, por alegadamente ter agredido a vítima quando se recusou a fazer-lhe sexo oral. A vítima tinha 22 anos.

O tribunal de Córdoba assumiu a investigação deste processo em outubro de 2016, quando o tribunal de Pamplona, que tratava do caso da violação da jovem de 18 anos nas festas de São Firmino, lhe comunicou que tinha sido descoberto um vídeo de abusos a uma outra jovem em Pozoblanco. Agora, a acusação sobre o caso ocorrido em Pozoblanco foi emitida e os quatro homens ficam mais perto de se voltar a sentar no banco dos réus.

O auto da acusação, citado pela TVE, diz que o tribunal teve em conta “o profundo estado de inconsciência em que a vítima aparecia nos vídeos, uma vez que não acordava apesar dos risos dos investigados e dos beijos e toque que imprimiam nela”. A vítima, uma jovem de 22 anos, já declarou que quando acordou não se lembrava “de nada do que tinha acontecido” dentro do carro.

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No final de abril deste ano, o tribunal de Navarra condenou os cinco membros do grupo a nove anos de prisão pelo crise de abuso sexual (e não violação, que implicaria penas mais pesadas), o que motivou uma grande onda de contestação em Espanha. Dois meses depois, contudo, em junho, os cinco condenados saíram em liberdade condicional, sob o pagamento de uma fiança de 6 mil euros, depois de já terem estado quase dois anos em prisão preventiva, aguardando agora nas suas casas, em Sevilha, uma decisão final do Tribunal Superior de Justiça de Navarra.

La Manada: nove anos por abuso sexual, e não violação, de jovem em Pamplona