Aos microfones da TSF, Pedro Duarte defendeu um desafio à liderança de Rui Rio — “quanto antes melhor”, disse numa entrevista emitida este sábado. Numa outra entrevista, neste caso à Antena 1 (também emitida este sábado), Pedro Duarte diz, no entanto, que não quer “fazer nenhum assalto ao poder nem por em causa a legitimidade” do presidente do PSD. O social-democrata defende uma mudança de rumo, está “preparado” para segurar o leme mas não quer criar entropia à liderança de Rui Rio.

Logo em agosto, quando se posicionou como um dos nomes a considerar para uma futura disputa da liderança do PSD, Pedro Duarte defendia que o partido devia “mudar de estratégia e de liderança tão cedo quanto possível”. O social-democrata, ex-diretor da campanha de Marcelo Rebelo de Sousa para Belém mas que tem estado afastado do palco político, dizia mesmo que “a maioria” dos militantes social-democrata “não quer esta opção” que tem sido seguida pela atual liderança, de apoio (ou, pelo menos, de confrontação comedida) ao Governo de António Costa.

Pedro Duarte quer substituir Rio “o quanto antes”, mas admite que pode não ser ele o protagonista

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Na entrevista à Antena 1, Pedro Duarte dá, no entanto, um passo atrás. “Não quero fazer nenhum assalto ao poder nem por em causa a legitimidade do doutor Rui Rio, nem estou a desafiá-lo porque quero conquistar o lugar dele, não é disso que se trata”, garante. Ao mesmo tempo, também está à espera das posições que venham a tomar outros sociais-democratas que contestam o atual presidente do PSD para se definir: “Não faço depender de outras candidaturas o facto de afirmar as minhas ideias.”

No início de agosto, o antigo líder da JSD dizia-se “preparado para liderar uma nova estratégia no PSD e uma nova esperança para o país, em nome do interesse nacional”. Mas na entrevista à Antena 1 diz que Rio não está obrigado a “ganhar nada”, e até pode continuar na liderança, se perder as eleições do próximo ano. “Em tese, sim, na altura é que terá de se fazer essa avaliação, não pode haver esse tipo de circunstâncias colocadas à partida”, defende.

Há uma semana, Pedro Duarte anunciou o lançamento de um manifesto que permita “criar um programa alternativo para o país”. Ainda que isso não seja, “de maneira nenhuma, uma forma de conspiração”, como disse nesse momento ao Observador. “Quando digo que o que me mobiliza não é conquistar o PSD é porque o que me mobiliza é mudar o país, mas reconheço que, instrumentalmente, o PSD é o veículo para fazer essa mudança”, acrescenta.

A ideia de fundo é esta: “Acho que há um posicionamento do PSD que não é o correto nem o adequado, nomeadamente de suporte da governação socialista e [pelo facto de] não haver uma afirmação clara e inequívoca de uma solução alternativa para o país”, disse à Antena 1.