O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda-feira esperar que o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel, o novo diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, “seja uma boa escolha”, escusando-se a prestar mais declarações sobre a nomeação.

“É uma escolha do senhor ministro da Defesa. Eu espero que seja uma boa escolha. Não tenho mais nada a dizer”, declarou o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, em resposta aos jornalistas, à saída de uma conferência na Universidade Autónoma de Lisboa. “Nunca comento publicamente matérias das Forças Armadas”, referiu.

Sobre o caso de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a relembrar “aquilo que disse desde o princípio”, que “tinha de se apurar tudo até ao fim, doesse o que doesse”, considerando que foi “muito teimoso nessa matéria”.

O Presidente da República nada mais quis acrescentar, realçando que o processo não está concluído: “Já temos uma investigação em curso, e uma investigação avançada, mas não chegámos ao fim do processo”. Por outro lado, questionado sobre o novo aeroporto do Montijo, o chefe de Estado reiterou as declarações que fez na sexta-feira no sentido de que, “quanto mais depressa puder arrancar e ser concluído, a confirmar-se esta decisão e a sua formalização, melhor “.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No seu entender, este “é um processo que, se algum problema teve, foi o de chegar um pouco atrasado, não de chegar antecipado” e “cada dia que passa significa, em termos da chegada a Portugal, do acesso a Portugal em termos aeroportuários, neste caso, concretamente a Lisboa, significa um dia perdido”.

Nestas declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou comentar a greve dos professores, mas voltou a dizer que está disponível para receber os seus representantes. “Como sabem, sou professor, não me pronuncio”, justificou, acrescentando: “Disse que os receberia quando entendessem, que deviam pedir audiência, depois nomeadamente das conversas com o Governo. Essa mesma abertura continua”.

O ministro da Defesa anunciou, através de um comunicado, que nomeou o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel diretor-geral da Polícia Judiciária Militar (PJM), mediante proposta do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. A nomeação do novo diretor da PJM surgiu após a detenção do até agora responsável desta polícia, Luís Vieira, na “Operação Húbris”, realizada na sequência do desaparecimento de material de guerra dos paióis de Tancos.

Novo diretor da Polícia Judiciária Militar toma posse terça-feira no Ministério da Defesa

“José Azeredo Lopes solicitou ao Almirante Silva Ribeiro que, depois de ouvidos os chefes de Estado-Maior dos Ramos, apresentasse uma proposta que restabelecesse o normal funcionamento da Polícia Judiciária Militar”, lê-se no comunicado.