Parece ser transversal a ideia de que, no futuro, mais do que vender carros, os fabricantes automóveis vão ser fornecedores de serviços. Preparando-se para o que aí vem, a Mercedes admitiu estar já a equacionar a possibilidade de vir a cobrar aos seus clientes o uso de determinadas funções dos seus automóveis.

A revelação foi feita por um responsável pelo desenvolvimento de software dos veículos da marca da estrela, Markus Ehmann, que confessou ao site australiano Drive que a Mercedes está “a trabalhar numa plataforma robusta que permita os condutores ligarem ou desligarem algumas funções de seus carros – possivelmente uma função extra, que é mais cara ou algo que eles sabem que não querem.”

O construtor de Estugarda estará a trabalhar em várias opções de serviços por assinatura que vão para além daquilo que, até agora, pode ser considerado “normal” neste tipo de cobrança, na medida em que a assinatura pode contemplar mais itens do que os respeitantes ao sistema multimédia – recorde-se que a BMW já cobra pelo Apple CarPlay, coisa que construtores generalistas oferecem aos seus clientes.

Prepare-se para voltar a pagar algo que já comprou

No caso concreto da Mercedes, Ehmann reconheceu que a Mercedes, para já, está concentrada no software, mas admitiu que a cobrança pode chegar ao hardware. A ponto de, por exemplo, a marca não deixar outra alternativa aos seus clientes se não pagar, isto se quiserem ter… bancos aquecidos! Ou seja, o cliente poderá vir a receber uma factura para ter bancos aquecidos no Inverno, podendo poupar uns trocos nos meses em que desactiva essa função. Ou, então, pode pagar uma taxa única e não tem de se preocupar mais com o assunto.

Resta saber se, a avançar este esquema, a Mercedes fará reflectir os custos posteriores (de utilização) numa redução dos valores pelos quais comercializa os seus automóveis. Uma coisa é certa, o rumo do fabricante dependerá da reacção dos consumidores…

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