O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Boris Johnson, classificou esta terça-feira como um “escândalo constitucional” o plano do Governo para o Brexit, num discurso à margem do congresso dos Conservadores em Birmingham.

Para o antigo chefe da diplomacia britânica, que se demitiu em julho por discordar do plano da primeira-ministra para a saída da UE, o plano Chequers de Theresa May não permitirá ao Reino Unido recuperar o controlo dos seus próprios assuntos e deixará o país “meio dentro meio fora da União Europeia (UE).

“O Chequers é um escândalo constitucional. Não é pragmático, não é um compromisso. É perigoso e política e economicamente instável”, disse, perante cerca de um milhar de pessoas.

O político, que defende uma saída “dura” da união, apelou diretamente aos militantes do partido: “Companheiros conservadores, isto não é democracia. Não é o que votámos. (…) Não é uma recuperação do controlo, é perder o controlo”.

Johnson acrescentou que é altura de “deixar o Chequers” e “o momento de recuperar o controlo”, considerando ainda “infame” a ideia de celebrar um segundo referendo, como defendeu parte da oposição trabalhista britânica. O congresso do partido Conservador, que decorre até quarta-feira e encerra com um discurso da líder, Theresa May, é considerado crítico para a primeira-ministra manter o controlo dos “tories” e do governo durante as negociações sobre o ‘Brexit’.

Os olhos estarão voltados para Theresa May, que terá não só de evitar os deslizes do ano passado, mas tentar marcar um tom que recupere o respeito não só daqueles do seu partido, mas também dos líderes europeus em Bruxelas.

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