O primeiro-ministro afirmou que Portugal e Finlândia estão de acordo na política de migrações e nas prioridades da Política Agrícola Comum (PAC), mas deixou implícitas as divergências sobre o quadro financeiro plurianual e reforma do euro.

António Costa falava aos jornalistas nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, depois de uma reunião de cerca de uma hora com o seu homólogo finlandês, Juha Sipilä. Na sua declaração, o líder do executivo português referiu que a Finlândia assumirá a presidência da União Europeia no segundo semestre do próximo ano e considerou depois que Portugal tem mantido com este país “uma excelente cooperação” ao nível do Conselho Europeu.

Com Juha Sipilä ao seu lado, António Costa começou por abordar as posições “idênticas ou muito semelhantes” entre Portugal e a Finlândia dentro da União Europeia, casos das políticas de migrações e da PAC, “em particular sobre o segundo pilar referente ao desenvolvimento rural e sobre a importância de se dar uma nova atenção às áreas florestais”.

“Há outras matérias relativamente às quais não temos uma posição totalmente convergente, mas sendo parceiros de boa-fé e empenhado temos bem consciência de que é a falar que as pessoas se entendem. Portanto, devemos fazer um esforço comum de aproximação de posições, tendo em vista que a União Europeia possa tão depressa quanto possível tomar decisões importantes, seja na área do euro, seja no que respeita ao quadro financeiro plurianual”, declarou o primeiro-ministro português.

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Perante os jornalistas, António Costa procurou ainda passar a mensagem de que teve como o seu homólogo finlandês, que é conservador do ponto de vista ideológico, “uma conversa muito aberta, onde cada um procurou compreender o ponto de vista do outro”.

“É assim que podemos construir uma Europa forte a 27 [Estados-membros], onde todos se sintam parte iguais”, acrescentou. Antes desta reunião em São Bento, os dois primeiros-ministros tinham visitado em Alfragide, concelho de Oeiras, a multinacional Nokia, onde inauguraram o edifício “Conhecimento”, destinado à área da investigação.

“Este projeto é bem simbólico de como poderemos trabalhar em conjunto, apesar de estarmos nos dois extremos norte e sul da Europa. É minha convicção de que temos muitas áreas em que as relações bilaterais se podem desenvolver, designadamente na cooperação entre universidades, biotecnologia e economia do mar”, disse o primeiro-ministro português logo na fase inicial da declaração que fez em São Bento.

Em termos de cooperação bilateral, António Costa destacou sobretudo o interesse de Portugal na “experiência, conhecimento e capacidade” finlandesa ao nível da gestão das florestas. “A Finlândia tem provas dadas e nós carecemos bastante de melhorar a nossa gestão florestal”, apontou António Costa.

Ao fim da tarde, António Costa e Juha Sipila estarão novamente juntos num hotel em Lisboa no encerramento do Seminário Económico “Portugal – Finlândia”.