Jaime Marta Soares, ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting, foi esta terça-feira condenado pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a pagar uma indemnização de dez mil euros a Luís Godinho Lopes, presidente do clube de Alvalade entre março de 2011 e março de 2013. O ex-presidente leonino pedia ainda a Bruno de Carvalho, seu sucessor na presidência do clube, e Bacelar Gouveia, presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar durante o primeiro mandato de Bruno de Carvalho, uma compensação no valor de 500 mil euros.

Além da condenação de Jaime Marta Soares, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa decretou ainda a absolvição de Bruno de Carvalho e Bacelar Gouveia da “totalidade do pedido”. Godinho Lopes acusava Marta Soares de proferir “afirmações que imputaram” ao ex-presidente do Sporting “a autoria de atos lesivos do clube” e lançar “suspeita da natureza criminosa desses atos, com a consciência de que essas acusações eram ofensivas da honra” e do seu “bom nome”.

No caso de Bruno de Carvalho, Godinho Lopes acusava o presidente destituído do Sporting de divulgar documentos com informação “falsa e incompleta” que, novamente, lesaram o seu “bom nome”. Em causa estava documentação sobre a preparação da Assembleia-Geral de 28 de junho de 2015 que decidiu a expulsão de sócio de Godinho Lopes. Quando a Bacelar Gouveia, o ex-presidente do Sporting apontava o facto de se ter tornado “parte ativa na campanha degrenidora de Godinho Lopes, ao lado de Bruno de Carvalho, sendo da sua responsabilidade a decisão de associar a comunicação da decisão de expulsão tomada no âmbito do órgão a que preside à apresentação das conclusões da auditoria à gestão imobiliária na Assembleia-Geral, bem sabendo que uma nada tinha a ver com a outra”.

De acordo com o Diário de Notícias, ficou provado que – no final da mesma Assembleia-Geral – Jaime Marta Soares se dirigiu “à comunicação social presente e perante as câmaras de televisão e aos microfones das rádios declarou que existiam situações altamente preocupantes, altamente escandalosas, que deviam ser analisadas e que apontavam pela delapidação do património”. O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa sublinha ainda o facto de o ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting não ter simplesmente “referido factos”, mas sim “aludido a situações altamente escandalosas, que apontavam para delapidação de património” e ter ainda vincado que estava convencido de que “o Sporting não ia deixar que a culpa morresse solteira”. O tribunal concluiu então que Jaime Marta Soares “formulou e transmitiu conclusões que não eram essenciais para o relato pela sua parte do que se tinha passado na Assembleia-Geral”.

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