O primeiro-ministro timorense considerou essencial que Timor-Leste invista na inovação e tecnologia, aproveitando as oportunidades em áreas como a ciência, educação e cultura para encontrar alternativas económicas ao petróleo.

“Aproveitar não apenas a rádio, a televisão, os telefones, os computadores, os softwares, os chips ou circuitos presentes no Facebook ou nas redes sociais da internet, que a maioria dos nossos jovens conhecem, mas também aproveitar os novos sonhos que mobilizam o mundo”, disse hoje Taur Matan Ruak.

Trata-se, disse em Díli o primeiro-ministro timorense, de “aproveitar a nova revolução industrial de robótica e innotech” e “cidadãos cada vez mais capacitados, habilitados, empreendedores, criativos, inovadores e preparados, com conhecimentos adequados” em vários setores, dos agronegócios às indústrias mineiras ou de manufatura, turismo, pescas” ou outras.

Os cidadãos têm de ser “capazes de tirar o melhor partido possível dos nossos recursos e riquezas naturais, de melhorar os rendimentos e as condições de vida das nossas populações”, disse ainda.

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Taur Matan Ruak falava na abertura da reunião do Conselho Diretivo da Organização de Ministros da Educação do Sudeste Asiático (SEAMEO) Innotech, em Díli que acolhe esta semana a 62ª Conferência Regional da organização intergovernamental, da qual Timor-Leste é, desde 2006, um dos seus 11 Estados-membros.

A SEAMEO é uma organização intergovernamental regional estabelecida em 1965 entre os governos dos países do Sudeste Asiático “para promover a cooperação regional em educação, ciência e cultura na região”.

Timor-Leste assume este ano o papel de organizar o conselho diretivo anual, que reúne os oficiais sénior de cada país, responsáveis pelo planeamento das iniciativas de “cooperação na região através de pesquisas, formações e disseminação de conhecimento” a implementar pelos vinte e quatro centros regionais distribuídos pelos diversos países membros.

Ainda que Timor-Leste não integre esta rede de “centros regionais, especializados em ciência, educação e cultura”, Taur Matan Ruak mostrou-se esperançado que o possa fazer “com a maior brevidade possível”. O programa do Governo inclui vários compromissos no setor da inovação, incluindo a vontade de estabelecer em Aileu, a sul de Díli, uma cidade universitária e de transformar a capital “num Centro de Aprendizagem e Tecnologia”.

A capital receberá, explicou o primeiro-ministro, “uma moderna Biblioteca Nacional, financiada em parceria com a ENI, recorrendo a contrapartidas sociais provenientes da exploração de gás em Kitan e Bayu Udan” e um novo Campus Universitário em Hera, “especialmente dedicado às ciências e engenharias”.

O programa do Governo prevê que este Centro de Aprendizagem e Tecnologia esteja ligado a uma nova “Rede de Inovação e Tecnologia”, com Centros Culturais Municipais, “com infraestruturas modernas, integradas (a outros serviços) e multifuncionais, ao dispor das diferentes expressões tecnológicas, culturais, artísticas ou desportivas dos nossos cidadãos, em especial os mais jovens”.

“Vamos ainda promover a ligação de todas estas novas infraestruturas, não apenas a nível nacional ou intermunicipal, mas também com a região e com o mundo”, disse.

Para isso o Governo tem em curso investimentos para a ligação da rede de fibra-ótica nacional, recorrendo às linhas de transmissão de eletricidade “que brevemente irão interligar todos os estabelecimentos de ensino e centros de formação, a todos os serviços do Governo”.