Não é só na gestão das empresas da bolsa que as mulheres estão em clara minoria. Um inquérito ao investidores portugueses, divulgado esta quarta-feira, mostra que a maioria dos negoceiam na bolsa são homens, 82%. Isto significa que em cada cinco investidores, quatro são homens e apenas um é mulher. Este é um dos resultados do inquérito promovido pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre o perfil do investidor que, para além de ser homem, tem ensino superior (69% dos inquiridos), emprego (77%) e é detentor de ações (84%).

Algumas destas características são mais acentuadas no segmento de investidores em ICO (inicial coin offer)/criptomoedas como a bitcoin, onde 93% são homens e 76% têm educação superior. Neste tipo de investimento de risco mais elevado, a CMVM aponta ainda para a idade: 47% dos investidores têm entre os 25 e os 39 anos, intervalo de idades que corresponde a apenas a 28% dos investidores totais, — a parcela de investidores entre os 39 e os 54 anos é de 38%. É ainda na categoria criptomoedas e Fin Tech que se encontram os investidores mais propensos ao risco (62%).

O quarto inquérito online, divulgado na semana do investidor, foi realizado entre 18 de junho e 6 de agosto a partir das respostas de 2311 participantes com uma taxa de finalização de 65%. Os resultados preliminares indicam ainda que 16% dos investidores têm conhecimentos fracos sobre assuntos financeiros, mas 37% dos investidores têm mais conhecimentos do que pensam ter.

O questionário procurou ainda avaliar o comportamento dos investidores face aos ganhos e perdas da sua carteira e concluiu que a tendência para manter loosing stocks (títulos com perdas) no portfólio tempo demais é mais forte nos investidores em criptomoedas e naqueles que consideram ter conhecimentos superiores à média. Nos que têm menos conhecimentos, é mais visível a tentação para vender títulos com ganhos cedo demais.

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