A Arábia Saudita declarou esta quinta-feira que Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico do poder em Riade, desapareceu depois de ter saído do consulado do país em Istambul.

O consulado-geral da Arábia Saudita em Istambul “efetuou os procedimentos de acompanhamento e de coordenação com as autoridades locais turcas para descobrir as circunstância do desaparecimento de Jamal Khashoggi, depois de ter saído do edifício do consulado”, de acordo com um comunicado publicado pela agência de notícias oficial saudita SPA.

Khashoggi, que se exilou nos Estados Unidos em 2017, foi dado como desaparecido pela noiva de nacionalidade turca, depois de ter entrado na terça-feira no consulado saudita em Istambul. Responsáveis norte-americanos indicaram na quarta-feira seguirem de perto a situação. Um porta-voz turco afirmou, também na quarta-feira, que Khashoggi continuava no consulado saudita.

“De acordo com as informações de que dispomos, o indivíduo, de nacionalidade saudita, continua no interior do consulado da Arábia Saudita em Istambul”, disse aos jornalistas, em Ancara, o porta-voz da presidência turca Ibrahim Kalin.

Khashoggi não voltou a ser visto desde que entrou na terça-feira no consulado saudita, onde ia buscar um documento oficial necessário para casar com a noiva de nacionalidade turca. A noiva, Hatice A., encontra-se desde quarta-feira de manhã em frente ao consulado saudita em Istambul.

Colaborador do diário norte-americano Washington Post, Jamal Khashoggi escreveu vários trabalhos sobre a Arábia Saudita, nos quais criticou, entre outras questões, a intervenção militar no Iémen e a detenção de várias ativistas que pediam o fim da proibição de conduzir para as mulheres.

A Arábia Saudita encontra-se no 169.º lugar, entre 180 países, na classificação mundial relativa à liberdade de imprensa, criada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

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