O presidente do PSD considerou esta sexta-feira, antes dos discursos do 5 de outubro, que estes deviam reafirmar e recordar os valores da República e da democracia já que “a tendência do ser humano é estar quase sempre a violá-los”.

Rui Rio falou aos jornalistas à chegada para as comemorações do 5 de Outubro, em Lisboa, mas já não estava na Praça do Município quando os restantes líderes e responsáveis partidários comentaram os discursos do Presidente da República e do presidente da Câmara de Lisboa, não tendo por isso prestado declarações sobre as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa e Fernando Medina.

“Estas cerimónias servem para reafirmar alguns valores, neste caso os valores da República e já agora também os valores da democracia. Normalmente, se não tiverem nenhuma novidade, não há problema nenhum, desde que se reafirmem esses valores”, considerou.

Para o líder do PSD, “é bom” relembrar estes valores “porque também a tendência do ser humano é estar quase sempre a violá-los”.

É sempre preciso estar a repetir esses valores”, insistiu Rui Rio, líder do PSD.

Questionado sobre se antecipava que Marcelo Rebelo de Sousa faria alguma referência implícita ao momento que as Forças Armadas atravessam com o caso de Tancos, Rui Rio disse apenas que era preciso “aguardar se o Presidente da República entendia como adequado ou não neste dia fazer uma referência a essa situação”.

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“Mas, repito: o 5 de Outubro é uma comemoração profundamente estrutural, uma data histórica do país. Tancos por muito grave que possa ser é uma questão de momento. Daqui por seis, sete ou dez anos passou despercebido, como é lógico”, sublinhou.

Questionado sobre a frase de Marcelo Rebelo de Sousa das comemorações deste mesmo dia, no ano passado, quando o chefe de Estado disse que “não há sucessos eternos, nem reveses definitivos”, Rui Rio concordou.

“É factual. Eu acho que quem tiver mais de 25 ou 30 anos de idade já aprendeu na vida que as coisas são assim. Efetivamente é verdade. Não há sucessos eternos. Nós, enfim, tão depressa temos um sucesso como de repente temos um problema qualquer”, concretizou.

O presidente do PSD voltou ainda a insistir na ideia defendida na entrevista de quinta-feira à RTP de que “se houvesse eleições amanhã não era o PSD que ganhava”.

“Agora não há eleições amanhã. Há daqui por um ano. E daqui por um ano temos mais do que margem para estar a disputar as eleições”, sublinhou.