Pouco a pouco, vão-se somando as marcas que vêm a público anunciar o fim da tecnologia diesel, que começou a cair em desgraça depois do escândalo da manipulação de emissões protagonizado pela Volkswagen, mas em que quase todos os outros construtores se viram posteriormente envolvidos. Certo é que este foi o rastilho para uma alteração de política, como se o gasóleo fosse ‘a causa de todos os males’ e os eléctricos ‘a cura’.

O português Carlos Tavares, que lidera o Grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS, Opel/Vauxhall), nunca se inibiu de partilhar publicamente as suas reservas em relação a esta nova tendência.

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Sucede, porém, que o director de Produto da PSA, acabou por revelar à Autocar que o grupo decidiu suspender o desenvolvimento de novos motores diesel. À publicação britânica, Laurent Blanchet justificou essa decisão com a grande incerteza que paira sobre o futuro desta tecnologia, nomeadamente entre os europeus, como o prova o declínio acentuado das vendas de novas viaturas a gasóleo, com os consumidores a preferirem, sobretudo, alternativas a gasolina – as motorizações alternativas (EV, PHEV, BEV) também têm vindo a crescer, mas não ao ritmo esperado.

Diesel recua a 2001. Gasolina sobe mais que EV

O facto de suspender o desenvolvimento de novos motores diesel não significa, contudo, que os construtores do universo PSA vão deixar de vender versões a gasóleo. Até porque há investimento nesta área que já foi feito e que conviria ao grupo ter o devido retorno. É o caso, por exemplo, do 1.5 BlueHDi, lançado há cerca de um ano e já conforme a norma Euro6D-Temp.

Se dentro de quatro ou cinco anos, a quota de mercado do diesel for muito baixa, abandonaremos este combustível. Se a quota estabilizar na casa dos 30%, é muito diferente”, antecipa Blanchet.

No imediato, o grupo diz-se focado na electrificação, tendo já prometido que, a partir de 2019, todos os modelos das diferentes marcas vão propor uma versão 100% eléctrica ou com algum tipo de electrificação. Recorde-se, a propósito, que um dos objectivos do Grupo PSA é comercializar, até 2025, 10 milhões de híbridos plug-in. Razão pela qual o grupo reclama o regresso dos incentivos para este tipo de veículos.