O risco de morte para quem sofre de enfarte agudo do miocárdio é maior para os doentes que são tratados em hospitais públicos nas regiões mais a sul do paísavança o jornal Público que cita um estudo desenvolvido no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, da investigadora Mariana Lobo.

Em comparação com os doentes tratados em hospitais no norte do país, aqueles que são hospitalizados nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo ou Algarve, têm um risco de morte que chegava a ser superior aos 30%. O estudo conclui ainda que, estatisticamente, os centros hospitalares do Centro não apresentaram um risco de morte acrescido.

A mortalidade deveria ser homogénea, mas não é”, conclui a investigadora Mariana Lobo.

Além do risco de morte superior, nos centros hospitalares do sul, há mais 20% de probabilidade dos doentes que já tiveram alta voltarem a ser readmitidos nas urgências, até um mês depois.

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Outras das conclusões a que Mariana Lobo chegou foi que, quantos mais casos de enfarte forem tratados nos hospitais e quanto mais pequenos forem os hospitais, melhores são os cuidados de saúde prestados.

Um enfarte aos 33 anos. E a culpa foi dos genes

O estudo, que integra a tese de doutoramento da investigadora, analisou mais de 38 mil registos de internamento de doentes, entre 2012 e 2015, em 37 centros hospitalares de Portugal Continental, fornecidos pela Administração Central do Sistema de Saúde. Foram excluídos os institutos de oncologia e hospitais que, durante esse período, tivessem tido menos do que 25 casos de enfarte agudo do miocárdio.