“A pior parte foi sentir-me culpada porque estava a usar uma saia, o que é estúpido porque o que eu estou a vestir não devia importar. Mas, no momento, importou.” O relato é de uma jovem britânica — uma das 1.004 raparigas, entre 14 e 21 anos, questionadas para um estudo que concluiu que 35% das estudantes no Reino Unido já foi assediada sexualmente ou foi alvo de contacto sexual indesejado, em público, quando usava uniforme escolar. O contacto sexual inclui ser apalpada, encarada ou ouvir piropos e assobios.

É chocante e profundamente preocupante que as raparigas, muitas das quais com idade de andar na escola porque usam uniforme, sejam tornadas um alvo e sejam assediadas por predadores, nas ruas”, alertou Tanya Barron, diretora executiva da instituição responsável pelo estudo.

Dois terços das jovens revelaram que já foram alvo de atenção sexual indesejada, num local público, conclui o mesmo relatório da Plan International UK, uma instituição de caridade para crianças, divulgado pela Sky News. O estudo descobriu também que 7% das jovens já foi perseguida e 8% disseram que já foram filmadas ou fotografadas por um estrago, sem permissão.

As raparigas entrevistadas têm entre 14 e 21 anos mas, segundo os seus relatos, uma em cada oito foram vítimas de assédio sexual pela primeira vez, quando tinham 12 anos ou menos.

Mas muitas jovens acham que o assédio nas ruas faz “parte do crescimento”. A Plan International UK apelou ao governo que reconheça o assédio em público como uma forma de violência de género.

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